Reitor e vice da UFMG vão depor sobre suposta fraude em obras
Alvo da investigação foi a construção e implantação do Memorial da Anistia Política do Brasil
© Reprodução TV Globo
Brasil PF
A PF (Polícia Federal) deflagrou nesta quarta-feira (6) a operação Esperança Equilibrista, que investiga o suposto desvio de recursos públicos na construção de uma obra executada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Reitor e vice da instituição foram levados para prestar depoimento.
De acordo com a PF, o alvo foi a construção e implantação do Memorial da Anistia Política do Brasil, obra financiada pelo Ministério da Justiça e executada pela universidade. Além do reitor, Jaime Arturo Ramirez, e a vice-reitora, Sandra Regina Goulart Almeida, também foi alvo de condução coercitiva o presidente da Fundep (Fundação de Desenvolvimento e Pesquisa), Alfredo Gontijo de Oliveira.
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Foram gastos, de acordo com a polícia, mais de R$ 19 milhões e, do total repassado à UFMG, cerca de R$ 4 milhões teriam sido desviados por meio de fraudes em pagamentos feitos pela Fundep. A fundação foi contratada para pesquisas de conteúdo e produção de material para a exposição.
Idealizado há nove anos, o projeto do memorial tem como objetivo preservar e difundir a memória política dos períodos de repressão, a partir da reforma do chamado Coleginho, onde seria instalada exposição com obras e materiais históricos. O local teria ainda dois prédios anexos e uma praça de convivência.
Só que, até agora, segundo a PF, apenas os anexos estão "aparentes", ainda inacabados. Ainda conforme a PF, os desvios teriam ocorrido por meio de pagamentos a fornecedores sem elo com o projeto e de bolsas de estágio e extensão.
A operação, desencadeada com apoio da CGU (Controladoria-Geral da União) e do TCU (Tribunal de Contas da União), recebeu o nome de Esperança Equilibrista em alusão à música "O Bêbado e a Equilibrista", de João Bosco e Aldir Blanc.
Participaram da ação 84 policiais federais, 15 auditores da CGU e dois do TCU. Foram cumpridos oito mandados judiciais de condução coercitiva e 11 de busca e apreensão.
A UFMG informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que os autos das diligências foram liberados e que estão sendo analisados, para que a universidade se posicione sobre o assunto. Com informações da Folhapress.