Após ficar 9 vezes em jejum, paciente tem cirurgias canceladas
Com déficit de anestesistas, pacientes aguardam há semanas por procedimentos sem qualquer previsão de quando serão operados
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Brasil Distrito Federal
Devido à falta de profissionais anestesistas no Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), em Brasília, uma paciente se preparou nove vezes para ser operada, em jejum, e teve todas as cirurgias canceladas. Outros pacientes aguardam há semanas por procedimentos sem qualquer previsão de quando serão operados.
Segundo informações do Metrópoles, Valdecir Francelina de Carvalho, 54 anos, está internada há 55 dias. A cuidadora de idosos sofreu uma fratura no calcanhar em uma queda da escada.
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Após ter a cirurgia marcada nove vezes e ficar em jejum para a operação, nos dias agendados para o procedimento as cirurgias foram adiadas.Depois de passar Natal e Ano Novo internada, além de estar há quase 2 meses sem poder cuidar da neta de 12 anos - deixada aos cuidados de familiares e amigos - a paciente resolveu gravar um vídeo e postar nas redes sociais. O caso da cuidadora não é raridade no Hospital.
Outra paciente, Lívia Camelo Ribeiro, de 27 anos, vem passando pelo mesmo problema, já que a sua cirurgia para tratar de uma fratura no punho foi marcada e desmarcada seis vezes, o que obrigou a paciente a ficar em jejum seis vezes sem que a operação fosse realizada. “Tem dia que a gente fica com fome. Nem vieram falar que não teria”, comentou a moradora de Novo Gama (GO) em entrevista a Isadora Teixeira.
De acordo com as pacientes ouvidas pela reportagem, ainda existira um esquema de "favorecimento" dentro do hospital. “Eu acho muito absurdo, sabe? Tem gente que entrou no dia 25 de dezembro, fez cirurgia e foi embora”, acrescentou Lívia Ribeiro, internada há 36 dias.
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES/DF) confirmou ao Metrópoles a falta de anestesistas. Mesmo com 300 profissionais da área atuando pela rede pública, déficit ainda seria de 100 médicos. A Secretaria também informou que 55 novos profissionais foram contratados desde 2015.
“Mesmo com as convocações feitas recentemente, a SES/DF não tem conseguido preencher todas as vagas, pois muitos convocados não chegam a se apresentar para o cargo. Além disso, houve muitas aposentadorias e exonerações de médicos da especialidade nos últimos meses”, explicou a SES/DF ao Metrópoles.