Manifestantes pró-Lula começam a montar acampamento em Porto Alegre
Na quarta-feira (24), o TRF-4 julgará apelação do ex-presidente no caso do tríplex em Guarujá
© Fotos Públicas / Ricardo Stuckert
Brasil Julgamento
A Frente Brasil Popular, formada por movimentos de esquerda, começou a montar na tarde deste domingo (21) o acampamento que abrigará a militância em Porto Alegre. Na quarta-feira (24), o TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) julgará a apelação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), condenado pelo juiz Sergio Moro em julho de 2017 a 9 anos e meio de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro.
O acampamento está sendo montado, conforme diálogo com as autoridades do Estado, no Anfiteatro Pôr-do-Sol, a cerca de 1 km do tribunal. A estrutura para a montagem já foi descarregada. Segundo a assessoria de imprensa do MST, cerca de 200 sem-terra estão envolvidos na construção das tendas, que servirão não só como alojamento, mas também como plenária para debates.
Alguns militantes do interior do Paraná já estão a caminho, mas a maioria das caravanas deve desembarcar somente nesta segunda (22). A Frente Brasil Popular espera 300 ônibus do interior do Paraná e 150 de outros estados.
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A programação dos movimentos terá início na segunda com uma marcha da Ponte do Guaíba (BR-116) até o local do acampamento, que começará a receber as delegações. A partir das 14h, haverá no local um seminário sobre supostas arbitrariedades no processo contra o ex-presidente. Mais tarde, às 18h, no Fetrafi-RS (Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Instituições Financeiras do Rio Grande Do Sul), está marcado um encontro de juristas em defesa da democracia.
O evento principal ocorrerá na tarde de terça-feira (23), a partir das 17h, na Esquina Democrática. Haverá um ato político, seguido por uma marcha pelo centro até o acampamento, onde ocorrerá uma vigília. A presença de Lula na cidade ainda é uma incógnita. Caso o petista vá a Porto Alegre, deverá comparecer a essa manifestação.
O JULGAMENTO
Lula será julgado em segunda instância seis meses após ter sido condenado pelo juiz Sergio Moro a nove anos e meio de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro.
Na ação, o petista é acusado de receber R$ 3,7 milhões de propina da empreiteira OAS em decorrência de contratos da empresa com a Petrobras. O valor, apontou a acusação, se referia à cessão pela OAS do apartamento tríplex ao ex-presidente, a reformas feitas pela construtora nesse imóvel e ao transporte e armazenamento de seu acervo presidencial.
O TRF-4 já informou que, caso condenado, Lula só poderá ser preso após a tramitação de todos os recursos. Em caso de condenação em segunda instância, o ex-presidente fica inelegível pela Lei da Ficha Limpa, mas pode se manter na disputa também por meio de recursos. Com informações da Folhapress.