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Adoções de crianças por estrangeiros é menor em quase 20 anos no Brasil

No ano passado, foram formalizadas apenas 78 adoções internacionais em todo o país

Adoções de crianças por estrangeiros é menor em quase 20 anos no Brasil
Notícias ao Minuto Brasil

21:44 - 25/02/18 por Notícias Ao Minuto

Brasil Em queda

O número de crianças adotadas nos Brasil por estrangeiros em 2017 é o menor registrado em quase 20 anos. Em todo o país, foram formalizadas apenas 78 adoções internacionais no ano passado.

A nacionalidade que mais adotou crianças no Brasil no período foi a italiana (57), seguida por franceses (10), norte-americanos (9), espanhóis (1) e cidadãos de Andorra (1).

O maior número de crianças e adolescentes estava em São Paulo (27). No total foram adotados 46 meninos e 32 meninas, sendo que 7 tinham mais de 12 anos.

Como explica o G1, os números de adoções por estrangeiros já vinham baixando, mas esperava-se uma recuperação após inclusão de estrangeiros no Cadastro Nacional de Adoção. No entanto, dificuldades na alimentação do sistema têm feito com que ele não seja utilizado efetivamente.

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A publicação menciona também um fator positivo que pode servir para explicar a queda das adoções: a diminuição da restrição por parte dos brasileiros. “As adoções nacionais têm crescido no que diz respeito a perfis antes procurados apenas por pretendentes internacionais. De uns dois anos para cá, a gente tem conseguido fazer adoções de crianças com deficiência, crianças a partir de 7 anos... No ano passado, em São Paulo, houve a adoção de uma adolescente de 12 e um de 16. Então, a gente tem conseguido deixar as crianças no território nacional. Além disso, há uma menor disponibilidade dos adotantes internacionais em relação a crianças muito mais velhas. Até uns 5 anos atrás a gente conseguia fazer adoções de adolescentes de 14 anos ou mais. Hoje em dia, os perfis desejados são de crianças com, no máximo, 10 anos”, explicou a juíza da Vara Central da Infância e Juventude de São Paulo Mônica Arnoni.

Uma resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) define que todas as possibilidades de adoção dentro do país devem ser esgotadas para que então seja realizada a adoção internacional. Em 2017, segundo o CNJ, foram confirmadas 1.716 adoções no Brasil, mais do que em 2016.

Uma terceira explicação para a queda, segundo a juíza, é o fato de que adotar em outros países pode ser mais fácil. “Adotar em um país na África, por exemplo, é muito mais fácil. O processo no Brasil é muito rigoroso, feito com segurança e transparência. A gente exige muita coisa para garantir os direitos da criança mesmo fora do território nacional. Em outros países, não há tanta formalidade. Não se exige a documentação nem estágio de convivência. Aqui, mesmo após a adoção, a gente acompanha o caso por pelo menos dois anos. Em muitos países isso não existe. A pessoa sai com a sentença na mão e sem ligação nenhuma com o local de origem”, justificou Arnoni.

Os dados do Cadastro Nacional, no entanto, mostram que há espaço para mais adoções por estrangeiros. Hoje, 8.483 crianças e adolescentes aguardam por uma família. A maioria tem mais de cinco anos e irmãos, perfil que se encaixa mais no que é procurado por estrangeiros do que por brasileiros.

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