Após roubo de querosene, Cumbica pede que aviões não abasteçam no local
Segundo a Transpetro, responsável pelo fornecimento, o furto de combustível em um oleoduto no município foi descoberto na madrugada de domingo (25)
© Paulo Whitaker/Reuters
Brasil Aeroporto
Um furto de querosene de aviação que aconteceu na semana passada levou a concessionária do aeroporto de Guarulhos a pedir que as companhias aéreas deixassem de encher o tanque de suas aeronaves em Cumbica temporariamente.
Segundo a Transpetro, responsável pelo fornecimento, o furto de combustível em um oleoduto no município foi descoberto na madrugada de domingo (25) e causou interrupção temporária no abastecimento.
Após a identificação do crime, a concessionária GRU Airport enviou um comunicado às companhias aéreas informando que foram mais de 24 horas de buscas até a identificação do problema, com duas suspensões no abastecimento.
"Em função disso, solicito a todas as empresas aéreas que abasteçam suas aeronaves com destino a Guarulhos em sua capacidade máxima em suas origens, de forma a abastecer o mínimo após seu pouso" em Guarulhos, escreveu Miguel Dau, diretor de operações da GRU Airport.
Viajar com o tanque levando mais combustível que o necessário não é interessante do ponto de vista dos custos. O avião que viaja com tanque mais pesado precisa consumir mais combustível. O ideal seria abastecer só o necessário em cada parada, liberando peso adicional para levar outro tipo de carga.
Segundo Dau, o aeroporto teria combustível até segunda-feira para manter o consumo normal de Cumbica, e o procedimento de abastecimento na origem evitaria o consumo de combustível em Guarulhos, aumentando a autonomia do aeroporto.
A Transpetro diz que não chegou a acontecer vazamento, "o duto voltou a operar na manhã de domingo e o abastecimento foi restabelecido".
Procurada, a GRU Airport disse que suas operações não foram afetadas e que, quando comunicado, o aeroporto acionou imediatamente o plano de contingência para assegurar o abastecimento, que foi executado conforme o previsto por todas as empresas. "Detalhes sobre falhas no abastecimento são de responsabilidade da empresa responsável pelo fornecimento de combustível no aeroporto", disse a GRU.
O episódio vem na esteira de uma alta nos roubos no país. O Estado de São Paulo registrou em 2017 o maior volume de roubos de carga em um só ano desde 2001, com 10.584 crimes. Esse resultado significa incremento de 6,6% em comparação a 2016, ano em que também houve meses com aumentos recordes.
Em dezembro, a Polícia Civil desmantelou um esquema de furto de diesel em oleodutos da Transpetro, em Santo André. O crime foi descoberto quando a Transpetro identificou uma intervenção clandestina em sua rede de dutos enterrada no solo, que foi alcançado pelos criminosos com a construção de um poço e um túnel. Com informações da Folhapress.