Um dos homens mais velhos do Brasil acaba de completar 117 anos. Moacir Gonçalves de Jesus, baiano morador de Rio das Ostras, no estado do Rio, fez aniversário nessa quinta-feira (8). O idoso planeja chegar aos 120, mas não revela a receita da longevidade.
Uma neta de Moacir criada como filha, Auriene Reis de Jesus, de 46 anos, revelou ao Globo que o avô tomava uma dose diária de cachaça, catuaba e Jurubeba, além de esporádicas taças de vinho, até os seus 112 anos, quando se converteu à religião adventista e abandonou o hábito.
"Meu pai (como ela se refere ao avô que a criou) tem uma saúde perfeita. Com 46 anos nunca vi ele doente ou reclamar sequer de uma dor de cabeça ou resfriado. Dorme bem e come bem. Não tem tanta clareza na fala, mas está super bem — contou Auriene, que mora com o avô há cinco anos, desde que ele ficou viúvo de Maria Jovina de Jesus, que faleceu aos 83 anos.
Ainda segundo o texto, a família de Moacir tem mais de 70 integrantes, e é possível haver mais. Isto porque o idoso era um andarilho. Que ele tenha conhecimento, são 12 filhos, 28 netos, 32 bisnetos e uma tataraneta. Apenas quatro filhos de Moacir ainda estão vivos.
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Em uma comemoração singela em Rio das Ostras, onde mora uma pequena parte da família, o aniversariante vestiu um uniforme militar, pois sempre sonhou em seguir a carreira. No entanto, ele é analfabeto e trabalhou a vida toda na lavoura.
Nascido em Porto Seguro, na Bahia, ao longos dos seus 117 anos de vida, Moacir testemunhou diversos acontecimentos da história, como as duas guerras mundiais e transformações políticas no Brasil, desde a proclamação da República. Para ele, a lembrança mais marcante foi a medalha que ele afirma ter ganhado do ex-presidente Getúlio Vargas.
Quando completou 114 anos, Moacir foi reconhecido pela Previdência Social como o brasileiro mais velho. Na época, ele ainda era ativo e exercia uma atividade informal como uma espécie de guarda de trânsito, orientando os motoristas com um apito.
Nos últimos tempos, o idoso trocou a muleta por uma cadeira de rodas por conta do agravamento de um problema no fêrmur, que o acompanha desde que sofreu uma fratura aos 90 anos.
Os hábitos alimentares dele também mudaram. O pirão de farinha com carne de porco e toucinho foi substituído por uma dieta balanceada orientada por uma nutricionista.