Morte de Marielle Franco gera onda de luto e indignação no país
"É a morte de alguém que lutava pelos direitos, por dignidade, por uma vida melhor," afirmou a diretora-executiva da Anistia Internacional Brasil
© Reuters / Ricardo Moraes
Brasil Crime
O assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Pedro Gomes, na úlima quarta-feira (14), após a parlamentar sair de uma roda de conversa sobre jovens negras na Lapa, região central do Rio, chocou o país.
De Norte a Sul do Brasil, uma onda de luto e indignação pela morte de Marielle Franco tomou conta das ruas e também das redes sociais. Como destaca a reportagem do Fantástico, da TV Globo, representantes da sociedade civil e família da vereadora são unânimes em dizer que a morte não vai calar a voz de quem luta por um país mais justo.
Na porta da Câmara de Vereadores foram deixadas homenagens às vítimas nesse sábado (17).
As últimas palavras de Marielle, no evento em que a vereadora participou antes de ser assassinada, ecoam agora nas redes sociais: “De sair daqui com o corpo, com o coração e com a mente fortalecida para as batalhas que virão”.
“A morte de alguém dessa forma é uma perda muito profunda. O Brasil é um país onde isso acontece. O Brasil, na verdade, é um dos países onde mais se mata defensores e defensoras de direitos humanos. É uma perda gigantesca. Num outro nível, é a morte de alguém que lutava, é a morte de alguém que lutava e lutava intensamente, incondicionalmente, pelos direitos, por dignidade, por uma vida melhor, por uma vida por todo mundo”, afirma a diretora-executiva da Anistia Internacional Brasil, Jurema Werneck.
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No sábado (17), a irmã de Marielle, Anielle, escreveu numa rede social rebatendo postagens caluniosas contra a ativista. “Se eu fosse de outra família, talvez eu me calasse e me afastasse da internet. Mas eu sou neta de Filó, filha de Marinete, e irmã com muito orgulho de Marielle! Sim, eu sou Anielle, e vocês não irão me calar ou me impedir de defender minha família, minha irmã e sua linda história”, escreveu.
O diretor da Fundação Ford, Átila Roque, afirmou: “A Marielle ela representava, por várias razões, o melhor que nós temos como sociedade, o melhor que nós temos como uma democracia que busca aos trancos e barrancos se consolidar. Então, ela representa, representava sobretudo, a esperança de uma nova política. Ela representava a possibilidade de uma política, de uma prática política que não se dissocia, que não se afastou da sua origem, mas ao mesmo tempo era capaz de construir pontes generosas com a sociedade”.
Nas ruas, manifestações reafirmam a luta por um Brasil mais igual, fazendo ecoar a voz de Marielle. “A luta vale a pena, porque a mudança é possível. E a vida das pessoas, no futuro, e no futuro que a gente espera que não demore, vai mudar. E vai mudar para melhor”, acredita Jurema Werneck.