Ainda há um grande número de 'encoxadores' à solta
Desde que foi registrado o primeiro caso, no início do ano, já foram detidos 28 homens e desses apenas dois ficaram presos. Em causa está o movimento que leva homens a abusar sexualmente de mulheres em viagens no metrô de São Paulo, principalmente
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Brasil Metrô
O termo associado a estes criminosos vem do site e página de Facebook que motiva os ataques. Os “encoxadores” têm como hábito a escolha de uma mulher, quando o trem está mais lotado e a agarram para abusar sexualmente delas. Até agora ainda nenhum estupro foi consumado mas as agressões são registradas.
Foram vários os casos em que mulheres apresentaram queixa de homens que as forçavam a mostrar as partes íntimas que depois eles gravam em vídeo. Um dos homens chegou até a ejacular para a perna de uma das vítimas, nesse processo. Segundo o jornal O Globo o ato, apesar de repreensível, não está previsto na lei como crime com direito a prisão. É visto como assédio sexual ou importunação ofensiva ao pudor, considerados delitos menores.
Depois de detidos os agressores assinam um termo circunstanciado e são liberados da delegacia. Apenas dois ficaram presos sob acusação de estupro. “A polícia está fazendo a coisa certa. Infelizmente, a lei é branda para casos desse tipo, e a falta de punição acaba sendo um dos problemas no combate a crimes sexuais contra as mulheres”, contou Fabíola Marques, advogada e professora de Direito.
A investigação da Delpom (Delegacia do Metropolitano) já encontrou 50 páginas de internet que incentivam estes “encoxadores” a atuar e é nesses sítios que eles comunicam, marcam encontros, falam dos crimes e partilham os vídeos que gravaram.