Detento denuncia tortura em prisão da Lava Jato no Paraná
Preso afirma ter sido agredido por carcereiros em cela conhecida como 'surda'
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Brasil cela 'surda'
A Corregedoria do Departamento Penitenciário do Paraná recebeu uma ação que denuncia a suposta existência de uma "cela de tortura" no Complexo Médico Penal (CMP) de Pinhais, onde estão presos da Lava Jato como o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, o ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras, Ademir Bendine, e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o relato foi feito por um detento à Defensoria Pública do Paraná. Segundo ele, a cela conhecida como "surda", localizada entre a primeira e a segunda galeria, foi usada por carcereiros para o torturarem.
Ainda de acordo com o preso, as torturas ocorreram após ele se desentender com um carcereiro por conta da cela para o qual estava sendo levado - ele tinha receio de entrar em confronto com integrantes de uma facção crimionsa. Após reclamar, o detento disse ter sido levado para a "surda" e agredido com socos, pontapés, ter tido a cabeça batida contra a parede e recebido diversas injeções que resultaram em alucinações.
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À Folha, funcionários da CMP disseram que a "surda" é usada para isolar presos devido a mau comportamento. Quando levado para lá, um preso fica isolado por período entre 10 e 30 dias, sem direito a banho de sol e visita de familiares.