Nasce 1º bebê em 12 anos em Noronha; mãe não sabia da gravidez
Por falta de estrutura em hospital local, não é autorizado nascimento de crianças na ilha
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Brasil De surpresa
Uma mulher de 22 anos deu à luz a uma menina em casa, em Fernando de Noronha, na madrugada deste sábado (19). O casal, que preferiu não se identificar, disse que não sabia da gravidez. Há 12 anos não havia um nascimento na ilha.
“Eu fiz exame e deu negativo. Eu não senti nada durante toda a gravidez. Na noite dessa sexta-feira (18) tive uma cólica, quando fui ao banheiro eu vi um negócio descendo por entre minhas pernas, aí foi na hora que o pai da criança chegou e pegou, era um bebê, uma menina. Eu fiquei paralisada, eu não sabia que estava grávida”, descreveu a mãe ao G1.
Segundo o pai, o nascimento da criança foi uma surpresa. “Eu ainda estou nervoso. Eu não sabia de nada, ela acordou a mãe dizendo que estava com uma dor. Nós ligamos para o Samu, não deu nem tempo da ambulância chegar. Eu puxei e fiz o parto, não cortei o cordão umbilical, eu acho que foi Deus”, contou ele.
O homem, que não tem carro, foi caminhando até o Hospital São Lucas com a filha nos braços. A mãe foi levada de ambulância.
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Esta é a segunda filha da mulher. O outro parto foi realizado num hospital no continente. Não é autorizado o nascimento de crianças na ilha. Segundo a Secretaria de Saúde, o hospital de Noronha não tem as condições necessárias para partos.
“Se eu soubesse que estava grávida não teria minha filha aqui. Eu teria feito o pré-natal e tomaria as vacinas. Ainda bem que foram feitos os exames e não deu nada. Eu não arriscaria a minha vida nem da milha filha”, afirmou a mãe.
A Administração de Fernando de Noronha emitiu uma nota sobre o caso:
“Neste sábado (19), a unidade hospitalar de Fernando de Noronha realizou atendimento a uma criança recém-nascida, trazida pelo seu pai, e sua genitora. A mãe, que deseja não ser identificada, entrou em trabalho de parto em sua residência, e após o genitor auxiliar no procedimento, o mesmo encaminhou a criança para a unidade hospitalar. A família informa não saber da existência da gravidez, assim como inexiste atendimento de pré-natal ou qualquer outra assistência semelhante nos registros das unidades de saúde em nome da família. A Superintendência de Saúde ressalta a importância de se fazer o pré-natal, para monitoramento e controle de índices glicêmicos, hipertensão, diabetes, anemia, doenças transmissíveis e etc, incluindo exames de imagem, como USG, que avalia as condições físicas da criança no útero. Todos os cuidados do pré-natal visam identificar qualquer complicação com antecedência, podendo assim serem tomadas medidas emergenciais para garantia da saúde, tanto da mãe como do bebê.”