Alunos fazem rifa para presentear professor com salário atrasado
Docente está vivendo na própria escola por conta de dificuldades financeiras
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Brasil Solidariedade
Com dois meses de salário atrasado, o professor de artes Bruno Rafael Paiva, que estava vivendo dentro da Escola Estadual de Ensino Profissional Balbina Viana Arrais, em Brejo Santo (CE), foi surpreendido pela solidariedade dos seus alunos, na última terça-feira (15). Por meio de uma rifa, os estudantes juntaram R$ 400 para dar ao professor. O momento foi filmado e viralizou nas redes sociais.
Bruno Rafael está substituindo uma professora de licença médica há cerca de dois meses. Segundo o G1, com os trâmites burocráticos da licença e o atraso dos salários de abril e maio, ele ficou sem condições de se manter sozinho na cidade.
"A licença fica se renovando, e todas as vezes é essa burocracia. Trabalhei um mês e meio e achei que ia receber, mas quando olhei a conta não tinha nada. Aí comecei a ficar preocupado, perdido", conta Rafael.
Sem conhecidos na cidade, Bruno Rafael foi acolhido na escola, onde dorme durante a semana. Às sextas-feiras, volta para o Crato, onde a família vive.
Sabendo da situação, os alunos do 1º ano de Edificações, de 14 a 16 anos, fizeram a rifa para presentear o professor. Na homenagem, estudantes agradecem o docente pela paciência e pedem desculpa "por dar tanto trabalho".
No vídeo acima é possível ver que o professor se emocionou bastante e ainda ganhou um abraço coletivo da turma.
Bruno Rafael disse ao site que, ainda mais importante do que receber o dinheiro, foi a homenagem dos estudantes. "A gente vê muito o oposto, aluno querendo enfrentar e bater em professor. Quando aconteceu isso fiquei muito feliz de verdade", afirmou.
São alunos como eles que me fazem ainda acreditar na educação do país, acreditar no amor ao próximo, na compaixão de se colocar no lugar do próximo, e acreditar, principalmente, no respeito e amor do aluno para com o professor de sua escola."
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Salário atrasado
Segundo o diretor da escola, Cícero Pereiro, o professor substituto já consta na folha de pagamento, mas um atraso na licença da outra professora ultrapassou o prazo para liberação do salário.
"Ele chegou aqui em março pra tirar a licença de uma professora que está com problemas de saúde. O contrato foi formalizado no dia 20. Por causa da data, o salário não entrou no primeiro mês. Quando abriu pro mês seguinte, não tinham liberado a licença da professora, por isso não caiu. Mas é um caso isolado. Em junho o salário dele entra", garante o diretor.
Cícero disse ainda que ninguém na instituição sabia da rifa. "Foi surpresa pra todo mundo, os alunos não deixaram nem que outros professores percebessem", conta.