Fornecimento de energia será reforçado durante jogos do Brasil na Copa
Na reunião, o ONS informou que a operação especial terá início duas horas antes e finalizará duas horas depois dos jogos
© David Gray/Reuters
Brasil Luz
O Operador Nacional do Sistema (ONS) fará operação especial para aumentar a carga de energia do Sistema Interligado Nacional (SIN) durante os jogos do Brasil na Copa do Mundo da Rússia, que começa no dia 14 de junho. A medida foi anunciada nesta quarta-feira (06) pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), responsável por avaliar as condições do suprimento eletroenergético em todo o território nacional.
O objetivo é reforçar o fornecimento de energia no período do evento e evitar possíveis apagões, como o que ocorreu em março, quando houve interrupção em 13 estados das regiões Norte e Nordeste e afetou estados do Sul e Sudeste, deixando mais de 70 milhões de pessoas sem energia.
Na reunião, o ONS informou que a operação especial terá início duas horas antes e finalizará duas horas depois dos jogos do Brasil e de outros eventos identificados como de grande relevância, tais como cerimônia de abertura e o jogo final. O primeiro jogo do Brasil é contra a Suíça no dia 17 de junho.
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“Destacam-se medidas como maior número de unidades geradoras sincronizadas em usinas hidrelétricas, visando preservar o equilíbrio entre carga e geração durante as rampas de consumo no intervalo e no fim dos jogos, reforço das equipes de plantão nas instalações estratégicas, programação diferenciada dos intercâmbios regionais e das manutenções previstas para as instalações de transmissão, buscando aumentar o grau de segurança do sistema frente a perturbações”, informou o CMSE.
Na avaliação do comitê, o mês de maio apresentou volume de chuvas abaixo da média histórica, por causa de um sistema de alta pressão sobre boa parte do país, o que fez com que apenas duas frentes frias avançassem pela Região Sul e atingissem o sul da Região Sudeste. Assim, o acumulado de chuvas não foi suficiente para atingir a média nas principais bacias hidrográficas.
Em termos percentuais, o comitê destacou que o volume de energia que pode ser gerado a partir da quantidade de chuvas em determinado local, chamado Energia Natural Afluente (ENA) bruta, chegou a 78% no Sudeste/Centro-Oeste em maio, 36% no Sul, 36% no Nordeste e 83% no Norte. Quanto maior a ENA, maior a quantidade de energia possível de ser produzida.
“A ENA das bacias dos rios Grande, Paranaíba, São Francisco e Tocantins, que juntos concentram cerca de 80% da capacidade de armazenamento do SIN, no mês de maio de 2018 se configuraram como o 2º pior, 4º pior, 3º pior e 13º pior valor do histórico, respectivamente”, informou o comitê.
Com isso, no mês, a ENA da região abrangida por essas bacias foi a terceira pior da história, e a ENA de todo o SIN também foi a terceira pior em 88 anos.
Para os próximos sete dias, é esperada precipitação de intensidade fraca nas bacias do subsistema sul e nas bacias dos rios Tietê, Grande, Paranapanema e no trecho incremental à Usina Hidrelétrica de Itaipu.
Apesar da baixa ocorrência de chuvas, o CMSE descartou a possibilidade de falta de energia no país. Para o período, está garantido o suprimento eletroenergético do sistema, com o uso de termelétricas. Com informações da Agência Brasil.