Sobrevivente de desabamento em SP dá à luz em acampamento e bebê morre
Cerca de 30 famílias desalojadas continuam morando em barracas no largo Paissandu
© Stringer/Reuters
Brasil Sem-teto
Uma moradora do acampamento de sem-teto no largo do Paissandu, centro de São Paulo, entrou em trabalho de parto e o bebê morreu logo após o nascimento, no início da noite desta quarta-feira (6).
Cerca de 30 famílias desalojadas moram em barracas há mais de um mês no acampamento improvisado no largo Paissandu, após o desabamento do edifício Wilton Paes de Almeida.
A gestante começou a sentir fortes contrações e entrou em trabalho de parto no acampamento, por volta das 17h30. O pai da criança pediu ajuda a policiais militares, que acionaram o resgate.
Um médico voluntário que estava próximo ao local começou a prestar os primeiros atendimentos à mulher até a chegada do socorro. Ela foi levada ainda em trabalho de parto à Santa Casa de São Paulo.
+ Boa Vista estima ter recebido 60 mil refugiados venezuelanos
O bebê nasceu no início da noite dentro da ambulância a caminho do hospital. Segundo a Polícia Civil, o médico notou que a criança estava roxa e aparentemente sem vida. No hospital, foi constatado que o bebê estava morto. A mãe permanecia internada.
TRAGÉDIA
O edifício Wilton Paes de Almeida, no largo do Paissandu, foi engolido pelo fogo na madrugada de 1º de maio, após uma explosão no 5º andar –há suspeita de que ela esteja ligada a um botijão de gás, e moradores citam uma discussão entre um casal morador.
O incêndio levou ao desabamento do prédio de 24 andares invadido por sem-teto. Ao menos sete pessoas morreram e 455 ficaram desabrigadas. Segundo a prefeitura, a maior parte das vítimas foi encaminhada para abrigos ou seguiu para casas de parentes e outras ocupações.
Desde a tragédia, algumas famílias de ex-moradores do prédio se recusam a ir para abrigos oferecidos pela prefeitura e exigem serem contemplados com uma moradia. O grupo afirma que o auxílio-moradia, oferecido por estado e prefeitura e com parcelas mensais de R$ 400, é apenas um paliativo e não resolve o problema de não ter uma moradia fixa. Com informações da Folhapress.