Festas gays oferecem sexo sem camisinha e conquistam público em SP
A relação sem preservativo é regra para os frequentadores do Cabbaret do Leite
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Brasil Relação
As novas modalidades de festas para o público homossexual podem preocupar médicos por um motivo: risco de contaminação pelo vírus do HIV ou outras doenças sexualmente transmissíveis. O designer de interiores Leo Dutra, 41 anos, é o organizador de uma festa mensal em São Paulo que reúne cerca de 200 adeptos do sexo sem preservativo. A prática é conhecida como 'bareback' (expressão em inglês que significa montar a cavalo sem sela). A transa sem camisinha é uma regra para os frequentadores do Cabbaret do Leite, festa que começou em uma sauna gay na região de Santa Cecília, no Centro de SP.
“Só entra na festa quem curte sem capa. Ninguém vai discriminar o cara que usa camisinha, mas eu já aviso que ele está em ambiente errado”, explica o responsável pelo evento.
O sucesso das festas cresceu, Dutra fez parceria com o dono de um ‘cruising bar’ na Vila Buarque (região central de SP) e começou a cobrar ingressos para as festas de sexo sem proteção.
Segundo revela o blog do Paulo Sampaio, no UOL, o lugar é escuro, equipado com camas grandes e individuais, e possui acessórios como o sling (espécie de balanço de couro côncavo suspenso por correntes, para facilitar a penetração de quem está deitado com as pernas para o alto, na posição ‘frango assado’). A entrada custa R$ 50 e os frequentadores devem estar sem roupa, ou, no máximo, de sunga.
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Leo Dutra acredita que os motivos que levam alguém a ir a uma festa de sexo frequentada pela chamada “população de vulnerável”, onde todos transam sem preservativo, são: "o fetiche do risco, estilo de vida e maior sensibilidade na penetração".
Dutra se diz preocupado com a transmissão do vírus entre os frequentadores de sua festa, e por isso os orienta nas estratégias de prevenção. O responsável pela festa destaca que divulga a PrEP (profilaxia pré exposição ao vírus da Aids) e a PEP (profilaxia pós exposição, popularmente conhecida como ‘pílula do dia seguinte do HIV’) e entrega folhetos com explicações a respeito de autotestes rápidos de HIV. “Sou um anfitrião muito atencioso, dou dicas profissionais, de saúde e faço aconselhamento", afirma.
No entanto, ainda em entrevista ao blog, o organizador das festas não vê qualquer responsabilidade na facilitação da transmissão, já que considera “um risco assumido” para os frequentadores.