Operações investigam esquema em fundos de Previdência de prefeituras
Polícia Federal identificou irregularidades em pelo menos 28 institutos municipais
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Brasil Corrupção
Os esquemas em fundos de Previdência municipais foram alvo de duas operações policiais. A primeira, em julho de 2017, foi batizada de Papel Fantasma. O nome descrevia a natureza do esquema.
Empresas ligadas ao mercado financeiro convenciam os gestores de fundos de Previdência de prefeituras a comprar papéis de dívidas chamados debêntures.
Debênture é um tipo de título privado emitido por empresas com o compromisso de regaste em prazos e taxas de juros previamente acertados. É um instrumento para empresas captarem recursos sem dependerem de empréstimos em bancos.
No mundo normal dos negócios, esse tipo de investimento pode ser extremamente rentável. Ocorre que no esquema fraudulento, as debêntures não tinham lastro -ou seja, não eram emitidas por empresas de verdade.
Na segunda operação, chamada Encilhamento, em abril deste ano, a PF relatou ter identificado o esquema em 28 institutos de Previdência municipais.
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O maior problema está em Uberlândia (MG), onde dos cerca de R$ 760 milhões do fundo da cidade, metade estaria sob risco. Ainda conforme a PF, Paulínia, no interior de São Paulo, pode ter perdido R$ 192,3 milhões.
Um dos fundos de investimento com papeis suspeitos que chamou a atenção dos investigadores foi o Sculptor, gerido pela FMD e administrado pela Gradual Investimentos.
Na Encilhamento, foram emitidos 20 mandados de prisão em seis estados. Entre os presos estavam o ex-prefeito de Uberlândia Gilmar Machado, Meire Poza, ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, e a presidente da Gradual, Fernanda de Lima. Matteo já estava fora do país. Com informações da Folhapress.