São Paulo se articula para enfrentar greve no transporte público
Reunidos hoje (21) à tarde, na Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, no centro da capital, o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, e o secretário estadual de Segurança Pública, Fernando Grella, decidiram adotar dois procedimentos para tentar controlar a paralisação de motoristas e de cobradores de ônibus, que acontece desde a manhã de ontem (20) em toda a capital paulista.
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Brasil Ônibus
Vamos ter, de imediato, um funcionário da SPTrans, empresa que administra o transporte de ônibus de São Paulo, dentro do Centro de Operações (Copom) da Polícia Militar (PM), e será instaurado um inquérito para apurar o movimento de paralisação dos motoristas e cobradores, "em face da ocorrência de ontem, para apurar eventual existência de crimes”, segundo Grella.
Jilmar Tatto explicou que o membro da SPTrans vai ficar online com o comando da polícia para agilizar algumas operações, tais como solicitar reforço policial para a retirada de veículos que obstruam vias públicas.
Segundo Grella, esse procedimento pretende aumentar a rapidez das comunicações da SPTrans com a PM sobre ocorrências e irregularidades relacionadas à paralisação. “Com isso, eliminamos de vez qualquer possibilidade de se falar que está havendo alguma interrupção ou dificuldade de comunicação”, disse o secretário de Segurança.
De acordo com Tatto, o inquérito pretende apurar “o que está por trás desse movimento de paralisação, visto que não é um movimento grevista e não tem um líder”. Ele informou ainda que a prefeitura pretende multar as empresas de ônibus pela falta de transporte na cidade: “Elas serão multadas naquilo que é competência delas, dos ônibus não estarem operando".
Tatto disse que hoje pessoas armadas, em motos, ameaçaram motoristas na zona sul da capital, na região do Grajaú, para tirar a chave dos veículos ou cortar as correias, impedindo que eles possam circular pela cidade. “Houve o caso de uma pessoa na moto, que desceu, e pediu para o motorista tirar a chave, e foi embora. Houve outro caso de uma pessoa que se passou por passageiro e, armado, pediu a chave para o motorista e foi embora”, falou ele.
Para o secretário dos Transportes, parte do movimento é feito por “criminosos”. “Não sei se é todo o movimento, mas atos como esses, de pessoas com revólver, tirando a chave do carro e atos como o de abrir o capô do ônibus para cortar a correia são [atos criminosos]”. Grella disse que esses relatos serão investigados pela polícia.
Grella negou que tenha faltado policiamento durante a paralisação de motoristas e cobradores de ônibus para impedir os bloqueios dos terminais. “Tinha policiamento. A PM estava na rua, fazendo o seu papel”, disse ele. Segundo ele, não é papel da PM retirar os ônibus que foram estacionados nas vias públicas. “Deixar o veículo parado em uma via é uma infração administrativa, e isso não é a polícia que deve fazer. A polícia deve dar apoio, quando solicitada”. Segundo ele, a PM vai continuar exercendo seu papel, e “estará a postos para evitar tumulto e para assegurar a ação da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) na remoção de ônibus”.