Serviço voluntário de tradução atenderá turistas no Rio
Um serviço gratuito de tradução será lançado amanhã (12) no Rio e promete ajudar turistas estrangeiros em situações corriqueiras, como pedir um prato, obter atendimento médico ou explicar um destino no táxi. Chamada de Rio Amigo, a iniciativa conta com voluntários que atenderão, por telefone, em sete línguas: inglês, espanhol, francês, alemão, italiano, russo e coreano.
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Brasil Gratuito
"Do ponto de vista do usuário, funciona da seguinte forma: ele está em um restaurante e quer dizer que tem alergia a frutos do mar. Então, pega o telefone, disca o nosso número, escolhe o idioma que quer, e a central conecta com um voluntário que pode estar em qualquer local da cidade. Ele fala em sua língua, passa o telefone para o garçom e o tradutor explica o que quer dizer", diz a intérprete Marília Rebello , que conheceu a ideia na Copa do Mundo de 2002, na Coreia do Sul.
A tradutora conta que recorreu diversas vezes ao serviço quando esteve no país, e manteve contato com a iniciativa até trazê-la ao Rio. "É uma experiência piloto, como aconteceu na Coreia, onde o serviço começou de forma um pouco improvisada, e hoje tem em torno de 5 mil voluntários, em 19 idiomas". A organização não governamental BBB-Korea (Before Babel Brigade Korea - Brigada de antes de Babel) atua como parceira do projeto, assim como a Empresa Municipal de Turismo.
Os voluntários não precisam ter formação, mas passam por um teste de proficiência feito por telefone mesmo, em uma simulação de atendimento coordenada por intérpretes profissionais.
No momento, cerca de 50 voluntários estão inscritos e, quem se interessar, deve entrar em contato pelo e-mail [email protected], informando já no assunto da mensagem: "Quero ser voluntário Rio Amigo". É preciso ter um número do Rio (DDD 21), pois o sistema que repassa o telefonema do turista para o tradutor só faz ligações locais. O serviço vai funcionar 24 horas por dia, pelo número 55 (21) 3554-0304. Um cartão com o número do serviço será distribuído em quiosques de informações turísticas, pontos turísticos, aeroportos, hotéis, restaurantes e agências de viagens.
Marília vê semelhança entre o Brasil e a Coreia do Sul que torna importante esse tipo de iniciativa: "Lá, me impressionou muito o funcionamento, porque é um país em que a população não tem conhecimento de idiomas e tem uma língua que quase ninguém fala. O português também é uma língua que as pessoas têm dificuldade de compreender e, aqui no Brasil, quem não fala o idioma tem, muitas vezes, dificuldade quando vai procurar serviços. A proposta é de uma participação cidadã, de as pessoas emprestarem o talento que têm".
Depois da Copa, a equipe do Rio Amigo fará uma avaliação de como foi o atendimento, para retomar as atividades no fim do ano: "O Rio é uma cidade que pede um serviço desse. A gente tem sempre algum evento, além dos eventos fixos como o réveillon e o carnaval, tem Rock in Rio, grandes congressos da área técnica e médica. Esta é uma primeira fase, para depois termos uma implantação definitiva, visando aos 450 anos da cidade, às Olimpíadas e a outros eventos que vêm pela frente".