Grupo de judeus brasileiros fazem abaixo-assinado contra Bolsonaro
O grupo contava até as 16h desta quinta-feira (20), uma semana após sua criação, com a participação de 4.180 membros
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Brasil Candidato
Um grupo de judeus brasileiros organiza mobilização contra o candidato Jair Bolsonaro (PSL) nas redes sociais.
Depois do grupo de mulheres contra Jair Bolsonaro (PSL), o empresário Mauro Nadvorny, 60, decidiu criar o "Judeus Contra Bolsonaro", no Facebook.
O grupo contava até as 16h desta quinta-feira (20), uma semana após sua criação, com a participação de 4.180 membros.
"Ao contrário do que ele diz, nós achamos que a sua 'admiração' por Israel é puramente eleitoreira, e dado que nós também somos uma minoria, nos identificamos puramente com aquelas que ele ataca", disse à reportagem Nadvorny.
Ele também organizou um abaixo assinado, que conta com 5.693 assinaturas, e disse estar em contato com o grupo de mulheres que está organizando ato contra o presidenciável no dia 29 de setembro para participar.
Para entrar no grupo, é preciso responder três perguntas ("você é judeu?"; "é contra Bolsonaro?"; "por que quer fazer parte de um grupo judaico contra Bolsonaro?") e ser aprovado por um dos moderadores. O objetivo é evitar que apoiadores do candidato tenham acesso ao círculo virtual.
"Acho que com essa mobilização, a comunidade judaica passa a ter dentro do Brasil uma outra visão além daquela estereotipada, de que é de direita, conservadora", afirma Nadvorny.
Segundo ele, a aproximação de Bolsonaro a Israel e a setores da comunidade judaica -fator determinante, por exemplo, para a sua transferência ao hospital paulistano Albert Einstein depois de ser esfaqueado no dia 6 de setembro- tem como alvo o eleitor evangélico.
"É para esse público que ele tenta passar essa mensagem de apoio a Israel. Não é como Estado, ou aos judeus como um povo", diz o empresário.
Em 2016, o deputado foi a Israel ser batizado no rio Jordão pelo Pastor Everaldo, presidente do seu então partido, o PSC.
A mobilização evidencia uma divergência na comunidade judaica, que tem participado de polêmicas na campanha do candidato.
Em 2017, um convite para que o presidenciável fizesse uma palestra no clube Hebraica em São Paulo opôs membros da comunidade, e o evento acabou cancelado. Pouco depois, porém, Bolsonaro compareceu a agenda na sede do clube no Rio de Janeiro.
Na época, cerca de 150 pessoas protestaram com gritos como "judeu sem memória", em alusão a Hitler. Bolsonaro chamou os manifestantes de "cérebro de ovo cozido". Com informações da Folhapress.