Novidade na eleição, biometria causa filas em locais de votos pelo país
A principal reclamação era de que a fila não andava, pois os eleitores com prioridade, como idosos, eram muitos e não havia chance para os eleitores comuns
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Brasil Urnas
Criado para agilizar o voto e garantir lisura ao processo eleitoral no país, o cadastro biométrico tem sido apontado como o causador de longas filas nos locais de votação em várias partes do país neste domingo (7) de primeiro turno das eleições.
Em Salvador, a reportagem presenciou uma demora de até duas horas e meia. Nas seções da Faculdade de Administração da UFBA (Universidade Federal da Bahia), eleitores reclamaram da espera. "Está muito desorganizado", reclamou o comerciante Walter Vidal, 50, que ficou pouco mais de duas horas na fila.
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O médico Emílio Brito, 31, que esperou pouco mais de duas horas e meia na fila, afirmou que a biometria, aliado a uma eleição na qual são escolhidos seis candidatos, fez com que a votação avançasse bem lentamente. "Tem que fazer ajustes para a próxima eleição".
A engenheira Luciana Gondim, 27, ainda reclamou da fusão de antigas seções eleitorais em uma única, o que teria potencializado as filas.
Na capital mineira, Belo Horizonte, a mesma reclamação. Eleitores que estavam no Colégio Santo Antônio, no bairro Funcionários (centro-sul), demoraram muito tempo para votar. "É terrível", disse Wilson Fonseca, 36. No horário do almoço, segundo ele, as filas são comuns.
A principal reclamação era de que a fila não andava, pois os eleitores com prioridade, como idosos, eram muitos e não havia chance para os eleitores comuns.
Os mesários tiveram que passar a revezar idosos e os demais. Ainda assim, a fila causava aperto no corredor. No local para o voto em trânsito, a mesária afirmou que havia um recorde de fila. A seção também comporta eleitores de mobilidade reduzida.
MAIS RÁPIDO
Em Guarulhos, segundo maior colégio eleitoral do estado de São Paulo e o maior onde o cadastramento biométrico foi obrigatório, a situação é outra: a identificação pela impressão digital transcorre sem problemas.
"É mais rápido. E ajuda a não ter fraude", disse o motorista José Marcos Ferreira, 55, após votar, no bairro dos Pimentas. Na cidade paulista, 99,92% dos 814.342 eleitores do município fizeram o cadastramento biométrico.
Gelson Alecsandro Grandão, 37, foi um dos 652 que teve o título de eleitor cancelado por não ter feito o cadastro.
Ele compareceu no seu local de votação, no bairro de Bonsucesso, para saber se conseguiria votar, mas seu nome não estava na lista. "Não fui [cadastrar a digital] porque não quis, estava com preguiça", contou.
O fiscal da seção o orientou a comparecer em um cartório eleitoral a partir de 5 de novembro para regularizar sua situação.
Outra novidade desta eleição é o e-título, versão eletrônica do título de eleitor. Em Pimentas, o motorista Ferreira utilizou a versão na tela do celular para se identificar. "Achei mais prático, é só baixar o aplicativo", afirmou. Com informações da Folhapress.