Racismo: modelos negras são comparadas a escravas em grupo no WhatsApp
O caso foi registrado na Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial
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Brasil Distrito Federal
Conversas de cunho racista em um grupo de WhatsApp foram reveladas nesta terça-feira (16) pelo G1. Mulheres negras que participavam de um concurso de moda em um shopping de Taguatinga, no Distrito Federal, foram comparadas a escravas. As conversas aconteceram no sábado (13).
O desfile era a primeira seletiva do Top Cufa, um concurso de beleza dedicado a mulheres que vivem nas periferias do Brasil. 180 modelos de 16 a 25 anos estavam na competição.
Nas mensagens divulgadas, um usuário identificado como Alex escreve: "tá tendo um desfile só de preta aqui no JK [Shopping]" e comenta: "Coisa horrosa."
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Outro membro do grupo, identificado como Muniz, fala em tom jocoso que Alex tirou uma foto do desfile e encaminha a imagem de escravas enfileiradas, com cestas em cima da cabeça. Um deles contesta a "brincadeira" e um quarto, de apelido Dandan, responde: "Agora o cara é obrigado a achar as preta bonita? [sic]"
Segundo destaca o G1, o caso foi registrado na Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial pelo organizador do evento e presidente da Central Única das Favelas (Cufa), Bruno Kesseler. "O que a Cufa faz é combater o racismo. Não vamos deixar que isso passe impune, que as pessoas achem que isso é normal", afirmou.
"Esse fato nos mostra a importância do nosso trabalho que vem articulando diversas atividades em busca de desenvolvimento e promoção da igualdade."
A Polícia Civil não esclareceu à reportagem como este tipo de crime é tratado.