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Queixas à Sabesp por falta de água sobem e chegam a uma por minuto

Foram 317.086 queixas à companhia, sob a gestão Márcio França (PSB)

Queixas à Sabesp por falta de água sobem e chegam a uma por minuto
Notícias ao Minuto Brasil

11:08 - 07/11/18 por Folhapress

Brasil Reclamação

Aumentou 12% o número de reclamações sobre falta de água registradas pela Sabesp na capital paulista entre janeiro e agosto deste ano, se comparado com o mesmo período de 2017.

Foram 317.086 queixas à companhia, sob a gestão Márcio França (PSB), nos primeiros oito meses do ano, ante a 283.304 em igual período de 2017. Isso equivale a um registro por minuto. Os números foram obtidos via Lei de Acesso à Informação.

O sistema Cantareira, maior reservatório na Grande SP, entrou em alerta há quatro meses, quando ficou abaixo dos 40% da capacidade de armazenamento.

Em junho, a Sabesp passou a reduzir a retirada de água para 22.650 litros por segundo, em média. No mês anterior, havia retirado 24.270 litros por segundo e, exatamente um ano antes, 24.540 litros por segundo.

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Junho foi justamente quando houve o maior aumento no número de reclamações por desabastecimento na comparação com igual mês do ano anterior -pulou de 30.372 para 39.952, um crescimento de 32%.

Na terça (6) o Cantareira tinha 34,3% da capacidade, com 336,72 bilhões de litros. Há um ano, era de 45,4%, com 445,46 bilhões. Em 12 meses, perdeu água suficiente para abastecer toda a Grande SP por cerca de três semanas.

A assessora comercial Maria Deusa Miranda, 39 anos, mora no Jabaquara (zona sul) e, desde o começo do ano, às 22h, para de receber água, que só volta às 6h30. "Na torneira quente da pia, quando ligo de manhã, vem com tanta pressão que os estouros jogavam a tampa da torneira longe. Há três meses ela não resistiu e queimou."

Especialista diz que aumento de reclamações não preocupa Especialista em engenharia hidráulica e professor de engenharia mecânica no Centro Universitário FEI, Jorge Giroldo disse que o aumento nas reclamações de abastecimento por parte da Sabesp não chega a ser alarmante. "É uma situação normal da época, nada de alerta."

Com relação a capacidade do sistema Cantareira estar abaixo de 40% nos últimos três meses, Giroldo diz que "diminui de um lado e compensa de outro reservatório". "A Sabesp fez novas interligações desde a crise hídrica, como por exemplo do sistema Rio Claro que fornece água para o Alto Tietê e alivia o fornecimento que antes era de cobertura do Cantareira."

O engenheiro civil Julio Cerqueira Cesar Neto, também especialista em hidráulica, endossou o discurso de Giroldo de que os 12% a mais de queixas não é novidade. "A crise hídrica não acabou. Há dois anos sofremos com a falta de chuvas."

"O que tenho visto é que muitas pessoas continuam sofrendo com o abastecimento, principalmente na região metropolitana. O ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse, em março de 2016, que a crise acabou, mas ela é praticamente a mesma." Ele diz que não sabe como, após tantos problemas, o Cantareira ainda tem água.

Sabesp diz que abastecimento é normal Por meio de nota, a Sabesp admite que "nos últimos 18 meses vem retirando muito menos água do Cantareira do que poderia". E que "se tivesse utilizado o máximo autorizado nesse período, o sistema estaria com 6% de reservação, não com os atuais 34,3%".

A nota diz ainda que "não existe relação entre o nível dos sistemas e as ligações dos clientes" e que o abastecimento "ocorre normalmente". Em outubro, lembra que o nível do Cantareira subiu, assim como a soma de todos os sistemas. Com informações da Folhapress.

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