Umbandistas pedem abertura de ação penal contra evangélicos
Segundo denúncia, culto em cemitério teria sido interrompido com gritos de 'macumbeiros têm que morrer' e um dos umbandistas teria sido agredido na cabeça
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Brasil Intolerância
O babalaô Ivanir dos Santos, da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, pediu ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) a instauração de uma ação penal contra integrantes da Igreja Ministério Redenção, no bairro do Barreto, em Niterói. O grupo é acusado pelos umbandistas de formação de quadrilha, perturbação de culto e intolerância religiosa.
O episódio que gerou a ação ocorreu no dia 2 de novembro deste ano, quando um culto da Tenda de Umbanda Ogum Megê, que estava sendo realizado no Cemitério de Maruí Grande, em Niterói, foi interrompido por 30 evangélicos.
Aos gritos de "capeta", "macumbeiros têm que morrer"; "tá amarrado em nome de Jesus"; "tem que expulsar porque é demônio"; e “queima eles Satanás”, o grupo teria invadido o culto e um deles teria dado um tapa na cabeça do dirigente umbandista Allan Hansen Rosa de Souza.
De acordo com a denúncia, a qual o 'Extra' teve acesso, a ação durou cerca de 30 minutos e foi assistida por 20 pessoas, além as vítimas. As agressões teriam sido interrompidas após a chegada da guarda municipal, acionada pelos umbandistas.
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"Não podemos permitir que nossa crenças ultrapassem o direito religioso do outro. A fé, o modo de culto, ou de expressar a religiosidade. A intolerância, a falta de alteridade e humanidade com outro, que crê e é diferente, são os grandes entraves para a construção de uma sociedade plural onde o respeito e a tolerância possam prevalecer", disse Ivanir dos Santos.
Na denúncia, os religiosos argumentam que a lei do município de Niterói permitem que os cemitérios públicos da cidade sejam utilizados para confissões religiosas e práticas de ritos. Além disso, a Lei 3.089 de 26 de junho de 2014 declara a umbanda como patrimônio imaterial da cidade.