Com bloqueio na marginal, SP tem trânsito acima da média pós-feriado
Segundo o prefeito Bruno Covas (PSDB), a expectativa da CET era de que o engarrafamento ficasse 30% maior que o limite em toda a cidade
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Brasil Lentidão
A capital paulista tem 143 km de lentidão na manhã desta quarta-feira (21), primeiro dia útil de volta do feriadão após o bloqueio parcial da marginal Pinheiros. O trânsito está 20% acima do limite histórico.
A zona oeste, onde está a Marginal Pinheiros, representa 27% dos congestionamentos na cidade com 41 km de trechos travados. A zona sul lidera o ranking, com 66 km de lentidão.
Segundo o prefeito Bruno Covas (PSDB), a expectativa da CET era de que o engarrafamento ficasse 30% maior que o limite em toda a cidade.
Até agora, foram feitas 4 das 10 intervenções previstas para aumentar as ligações entre a marginal expressa e a local e evitar o efeito de afunilamento. Isso permitiu liberar 10 km dos 15 km bloqueados na marginal Pinheiros.
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Às 8h30, as vias alternativas orientadas pela CET para os motoristas também registravam lentidão acima da média. Na Washington Luís com a av. 23 de Maio são 11,5 km de engarrafamento. Na av. Vereador José Diniz, av. Padre José Maria e av. Santo Amaro são 6 km de lentidão, na Interlagos, 5,5 km.
A expectativa é que o trânsito continue acima da média. "Mas o gráfico já mostra uma tendência de queda. O que ocorreria após às 9h, já está ocorrendo agora", afirmou Bruno Covas. Segundo o prefeito, porque as pessoas estão buscando as rotas alternativas e deixando o carro em casa.
Para tentar evitar novos congestionamentos nos próximos dias, a gestão Covas pretende se reunir nesta quarta com os aplicativos de transporte compartilhados para pedir uma tarifa menor durante o período de bloqueio para obras de recuperação do viaduto que cedeu 2 metros quinta-feira (15).
A prefeitura não tem o projeto original da estrutura do viaduto, projetado e construído na década de 1970. Mas, segundo Covas, um dos engenheiros responsáveis pela obra, Roberto de Abreu, foi encontrado nesta terça-feira (20), numa cidade do litoral paulista. O que será feito e qual prazo para o término da obra, no entanto, ainda não foi definido pela gestão.
O prefeito também disse que se reunirá nesta quarta com o TCM (Tribunal de Contas do Município) para saber se é possível contratar emergencialmente empresas para fazer um laudo da estrutura das 185 pontes e viadutos da cidade.
Segundo Covas, há verba no caixa municipal para o estudo, mas ele cogita ajuda estadual e federal. "Se ficar um valor exorbitante, vamos buscar colaboração com o governo federal. Nós estamos falando da principal rota, da principal cidade, onde passa grande parte do PIB brasileiro. Tenho certeza que o governador Márcio França (PSB) e o presidente Michel Temer (MDB) não vão negar apoio a cidade de São Paulo", afirmou.
COLAPSO
O viaduto que cedeu na marginal Pinheiros passa sobre os trilhos da linha 9-esmeralda da CPTM. O local é rota de acesso à rodovia Castello Branco e próximo ao shopping e ao parque Villa Lobos, a 500 m da ponte do Jaguaré.
As causas da ruptura, que criou um "degrau" de cerca de dois metros na pista, seguem desconhecidas e, como há risco de colapso da estrutura, a prefeitura tem pressa para içá-la.
Por causa da queda do viaduto, a prefeitura decidiu interditar diferentes pontos da pista expressa da marginal Pinheiros, no sentido Castello Branco, entre as pontes Transamérica e do Jaguaré, sob argumento de que a interdição de um trecho curto provocaria afunilamento.
O rodízio de veículos também foi suspenso por tempo indeterminado no trecho da marginal Pinheiros, sentido Castello Branco, entre a av. dos Bandeirantes e a ponte dos Remédios. A marginal Pinheiros é a segunda via mais movimentada de São Paulo, atrás apenas da Tietê, e liga a cidade a diferentes rodovias e avenidas.
Em apenas uma hora, no pico de tráfego, 13 mil veículos passam pelas oito faixas da marginal, incluindo a pista local. Cinco dessas faixas estão agora interditadas. Em um dia comum, trafegam 450 mil veículos nos dois sentidos da marginal Pinheiros. As áreas mais atingidas dentro dos bairros são as vias da zona oeste, entre a marginal Pinheiros e o centro.
Um esquema especial orienta o trânsito nos eixos das avenidas Faria Lima, Pedroso de Morais, Professor Fonseca Rodrigues e a Doutor Gastão Vidigal. Essas avenidas servem de alternativas à interdição da pista expressa na marginal -na Pinheiros, somente a via local segue liberada para veículos. A prefeitura também orienta que os motoristas vindos das rodovias Anchieta, Imigrantes e Régis Bittencourt peguem o Rodoanel e a rodovia Castello Branco até alcançar a marginal Tietê. Outras opções para quem sai do litoral são as avenidas do Estado e Salim Farah Maluf.
MANUTENÇÃO
Neste ano, a gestão Bruno Covas (PSDB) gastou apenas 5,3% do valor previsto para recuperação e reforço de pontes e viadutos em São Paulo. A administração municipal reservou R$ 44,7 milhões para recuperação e reforço de viadutos e pontes no Orçamento deste ano. No entanto, a menos de um mês e meio do final do ano, gastou até agora apenas R$ 2,4 milhões.
A Prefeitura de São Paulo é alvo de cobranças há mais de uma década para reformar pontes e viadutos que requerem manutenção preventiva e reparos. A situação se arrasta por pelo menos quatro prefeitos -Gilberto Kassab (PSD), de 2006 a 2012, Fernando Haddad (PT), de 2013 a 2016, João Doria (PSDB), de 2017 a abril de 2018, e Bruno Covas (PSDB)- sem que uma ampla ação efetiva tenha sido realizada.
Segundo o Ministério Público, a maioria das pontes e viadutos da cidade foram erguidos entre as décadas de 1960 e 1970 e, desde lá, não passaram por manutenção adequada nem receberam atenção de prevenção a contento. A falta de atenção rotineira às instalações também acabou por inflar os valores das obras. Com informações da Folhapress.