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Futuro ministro diz que Bolsonaro poderá ver Enem antes da aplicação

Medida confronta critérios técnicos e de segurança do exame

Futuro ministro diz que Bolsonaro poderá ver Enem antes da aplicação
Notícias ao Minuto Brasil

09:35 - 27/11/18 por Notícias Ao Minuto

Brasil Educação

O futuro ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, garantiu que o presidente eleito Jair Bolsonaro poderá ver as provas do Enem antes da aplicação. “Se o presidente se interessar, ninguém vai impedir. Ótimo que o presidente se interesse pela qualidade das nossas provas”, disse o educador durante homenagem oferecida a ele pela direção da Faculdade Positivo, onde leciona.

Após a realização do Enem deste ano, Bolsonaro disse no Twitter que “vai tomar conhecimento da prova antes" da sua aplicação. O capitão reformado quer conhecer a prova com antecipação para evitar questões como a que citou neste ano um texto jornalístico que abordava um dialeto da comunidade LGBT, considerada inadequada pelo futuro presidente. Contudo, medida confronta critérios técnicos e de segurança do exame.

“Precisamos preparar a prova com muito carinho, para que não se torne um veículo de disseminação de determinadas posições ideológicas ou doutrinárias”, disse Vélez. "Tem que ser uma prova que a avalie os conhecimentos e que não obrigue o aluno a assumir determinada posição com medo de levar ‘pau’”.

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Vélez também afirmou que a reforma do ensino médio foi incompleta: “Em princípio [reforma do ensino médio], foi bem encaminhada mas ficou incompleta. O aluno tem que sair do segundo grau pronto para o mercado de trabalho. Nem todo mundo quer fazer uma universidade. É bobagem pensar na democratização da universidade, nem todo mundo gosta”.

“O segundo grau teria como finalidade mostrar ao aluno que ele pode colocar em prática os conhecimentos e ganhar dinheiro com isso. Como os youtubers, ganham dinheiro sem enfrentar uma universidade”, completou.

O futuro ministro ainda se mostrou alinhado com ideais de Bolsonaro: “Não podemos ficar reféns de uma doutrinação de cunho marxista que terminou prevalecendo em muitas universidades. Precisamos abrir a mente e o espírito para a compreensão de outras formas de ensino e educação”.

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