Homem acorda da anestesia e descobre que médico operou dedo errado
“É muita imprudência deles. Eu que sou analfabeto não faço o que eles fizeram, não", disse o paciente
© Reprodução / EPTV
Brasil Barretos
Um médico é acusado de cometer um erro ao operar o dedo de um tratorista de 50 anos. Ele teria operado o dedo médio, quando deveria ter feito o procedimento no dedo anelar. O paciente Daniel Mendes de Almeida registrou um boletim de ocorrência contra o profissional da Santa Casa de Barretos (SP) e deve entrar com uma ação indenizatória.
Segundo o G1, a Santa Casa ainda não se pronunciou sobre o caso.
Almeida foi vítima de um acidente doméstico no início de novembro, quando lidava com um arame farpado. Uma ponta penetrou o dedo anelar esquerdo dele e foi prensada pela aliança de casamento. Ele procurou atendimento no pronto-socorro e fez um raio-X, que apontou uma lesão no membro.
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O tratorista fez a cirurgia no tendão no dia 12 de novembro, com anestesia geral. Ao acordar, ele revela ter levado um susto. “Eu percebi o erro assim que eu entrei no quarto. Eu olhei para o lado e vi que estava errado. Chamei a minha mulher e mostrei para ela que tinha cortado o dedo que não estava com defeito. Eu arranquei a faixa, vi aquele monte de ponto e fui atrás deles [médicos].”
Após as reclamações, uma segunda cirurgia foi marcada para o dia 13 de novembro, para operar o dedo anelar. O tratorista levou 22 pontos na mão e, depois de três semanas, ainda não consegue fechar a mão.
“É muita imprudência deles. Eu que sou analfabeto não faço o que eles fizeram, não. Eu preciso da minha mão para fazer o meu serviço. Nem pegar um rodo para passar no chão eu posso, e eu tenho que ajudar a minha mulher.”
O advogado do paciente, Felipe Carlos Falchi Souza, afirma que a documentação obtida na Santa Casa comprova que houve erro médico. “O raio-x comprova que a lesão só estava no quarto dedo, a ficha do atendimento também. Registramos um boletim de ocorrência por lesão corporal culposa. Vamos fazer uma reclamação no Cremesp e vamos entrar com uma ação indenizatória contra o hospital”, afirma.
O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) informou que ainda não foi acionado sobre o caso. uma sindicância pode ser apurada para apurar se houve indícios de má conduta profissional.