Milícia ganhava R$ 1 milhão por mês com Minha Casa, Minha Vida
Uma operação da Polícia Civil deflagrou o esquema de uma milícia conhecida por “Liga da Justiça” que atuava na zona oeste do Rio de Janeiro. Os criminosos exigiam pagamentos aos moradores abrangidos pelo programa federal de habitação.
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Brasil Extorsão
Entre pagamentos de água, luz, internet e segurança, a milícia conhecida por “Liga da Justiça” lucrava cerca de R$ 1 milhão por mês aos moradores beneficiados com habitações do Minha Casa, Minha Vida. Dos 27 mandatos de prisão expedidos pela Justiça, 20 já foram executados e 21 pessoas foram já presas.
As milícias são compostas, geralmente, por ex-policiais. No caso da “Liga da Justiça”, a Polícia Civil prendeu cinco policiais militares, quatro ex-PMs, um bombeiro, um policial civl, um agente penitenciário e um soldado do Exército, conta a Folha de São Paulo. Os restantes seriam civis recrutados pelos policiais.
“As milícias existem há 20 anos e nunca foram combatidas antes. Muitos até apoiavam. Hoje, é um trabalho difícil até porque há tentáculos, ramificações. É difícil”, afirmou José Mariano Beltrame, Secretário de Segurança do Rio de Janeiro.
A operação Tentáculos foi executada na madrugada dessa quinta-feira (7) e contou com a participação de 350 policiais civis. Foi uma ação da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco-IE) com o apoio do Ministério Público Estadual, da Subsecretaria de Inteligência e das corregedorias da PM e do sistema Penitenciário, escreve o Globo.
De acordo com o diário, assim que eram beneficiados com o programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida, os moradores eram abordados pela milícia e eram exigidos pagamentos por vários serviços. Quem aceitava vivia, quem recusava era agredido e, muitas vezes, assassinado em frente de outros moradores.
O delegado Alexandre Capote afirmou que, em alguns casos, os moradores eram obrigados a abandonar a casa. “Eles tiveram a ousadia de, logo depois, de assumir o imóvel e vender os apartamentos por até R$ 40 mil. Os compradores agiam de boa fé e acreditavam estar fazendo um grande negócio sem imaginar na situação que iam encontrar”, explicou o delegado.