Detido por estupro pede a juiz para continuar preso
Um detento escreveu uma carta à Vara de Execuções Penais de Joinville, em Santa Catarina, para permanecer detido, porque não tem para onde ir depois de ser libertado.
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Brasil Joinville
Pedro Paulo da Cunha se encontra a cumprir uma pena por estupro, em Santa Catarina, e tem direito a saídas temporárias.Porém, escreveu uma carta à Vara de Execuções Penais de
Joinville, Norte do Estado, pedindo para permanecer preso mesmo que tenha direito a esses dias.
Na carta ele explica que não quer sair porque não tem para onde ir.
"Venho por meio desta solicitar ao juiz João Marcos Buch a suspensão do restante das minhas portarias, no caso a saída temporária, pois não tenho local fixo para as minhas saídas temporárias", começa por explicar.
"É claro que lá fora é melhor. Mas como eu disse a você: na situação que eu estava, na situação que eu estou, é aqui dentro", continuou explicando.
De acordo com o Juiz, essa é uma situação que tem que ser avaliada, porque após alguns anos detido é difícil a integração na sociedade.
“Porque, por melhores que sejam as unidades prisionais, como é que o Estado está trabalhando o retorno dessa pessoa pra sociedade? Porque uma hora essa pessoa vai retornar", questionou o juiz.
O que acontece é que muitos dos detentos após ser decretada liberdade, assina uns papeis e é pode sair. Geralmente, poderá ter alguém que os ajude e integre na sociedade.
Porém, em algumas casos isso não acontece. Como explica o juiz, no caso de Pedro Paulo da Cunha que não quer sair porque não tem ninguém que o espere. Após ter sido detido por estupro a família nunca mais o visitou.