Rio: Casa da Morte é tombada para preservar história da ditadura
Imóvel funcionou como um centro clandestino de torturas e desaparecimentos políticos na década de 1970
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Brasil Memória
A Casa da Morte, localizada em Petrópolis, na Região Serrana do Rio, foi tombada e transformada em patrimônio histórico. O decreto foi publicado no Diário Oficial do município, na última sexta-feira (14). Agora, o imóvel deve ser desapropriado e transformado em um memorial.
O prédio funcionou como um centro clandestino de torturas e desaparecimentos políticos na década de 1970, durante a ditadura militar.
O economista e pesquisador da Comissão Municipal da Verdade em Petrópolis (CMV-Petrópolis) Roberto Schiffler explicou ao 'G1' que a desapropriação do local, que é de propriedade privada e tem pessoas morando, será feita por meio de decreto e após debate com a sociedade civil.
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Schiffler informou que os trabalhos da CMV terminaram nesse sábado (15), com a entrega do resultado da pesquisa sobre os atos de tortura cometidos no local durante a ditadura. "Foram três anos de trabalho, mais de 200 mil páginas pesquisadas. E a comissão encerra os trabalhos justamente com o decreto de tombamento, conseguimos deixar um legado teórico", afirmou.
O tombamento do imóvel foi decidido pelo Conselho Municipal de Tombamento Histórico, Cultural e Artístico, no dia 21 de novembro. Desde então, o órgão aguardava pelo decreto do prefeito Bernardo Rossi.
A presidente da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos Eugênia Gonzaga afirmou que a Casa da Morte é considerada um dos cinco espaços mais importantes do país para transformação em um Centro de Memória.