Para novo ministro, tratamento diferenciado para índios é um erro
General Augusto Heleno disse ainda que mudanças na demarcação de terras indígenas é promessa de campanha de Bolsonaro e precisa ser cumprida
© Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Brasil Apoio
O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general da reserva Augusto Heleno, defendeu nessa quarta-feira (2) que a demarcação de terras indígenas seja de responsabilidade do Ministério da Agricultura, assim como decidido em medida provisória editada pelo presidente Jair Bolsonaro na terça-feira (1º).
Segundo o general, a medida é uma promessa de campanha do Bolsonaro, que tem de ser cumprida. "Foi uma promessa de campanha do presidente tratar do assunto. Como a demarcação de terras até hoje não deu certo, vale a pena tentar uma coisa diferente", disse durante participação de evento de transmissão de cargo para o novo ministro da Defesa, general Fernando Azevedo, de acordo com o 'Globo'.
+ Damares diz que direitos da comunidade LGBT serão respeitados
O ministro disse ainda que a separação entre índios e demais cidadãos brasileiros é um erro: "(O índio) precisa ser tratado como cidadão brasileiro, e não com alguém de exceção, que precise de medidas excludentes. Precisa ser incluído na sociedade brasileira como cidadão, guardadas todas as tradições culturais, todos seus traços, ancestrais, a história. Tudo isso precisa ser preservado, mas dando ao índio o direito de ter aquilo que ele deseja e não de ter a sua situação imposta por quem acha que ele deve ser assim".
Entenda a polêmica
Historicamente, o Ministério da Agricultura é controlado por ruralistas, que são contra a demarcação de terras indígenas. Fazendeiros disputam terras com índios pelo país. Quando a responsabilidade da demarcação era do Ministério da Justiça, a atividade estava aberta à influência de organizações não-governamentais favoráveis a terras destinadas aos indígenas.