Tragédia humana será muito maior que a de Mariana, diz chefe da Vale
Presidente da mineradora disse que a tragédia de Brumadinho deve ter mais mortos que a de Mariana, em 2015
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O presidente da Vale, Fábio Schvartsman, disse que mais de 400 funcionários trabalhavam na mina do Feijão no momento do desabamento da barragem em Brumadinho. Estima-se que havia 427 pessoas no local, e 279 foram resgatadas vivas.
"Não sabemos quantos foram afetados porque houve um soterramento pelo produto vazado da barragem", afirmou.
O presidente da Vale, Fábio Schvartsman, afirmou também que não sabe dizer qual foi o motivo que levou ao rompimento da barragem de Feijão.
"Fizemos tudo o que a gente entende que era possível para garantir a segurança e a estabilidade. O fato é que não sabemos o que aconteceu, mas certamente vamos descobrir", declarou.
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Segundo ele, a Vale virou "todas as barragens do avesso" depois da tragédia de Mariana e contratou "as melhoras auditorias do mundo".
"Como vou dizer que a gente aprendeu se acaba de acontecer um acidente desses?", acrescentou. "Desde já quero pedir nossas sinceras desculpas pelo sofrimento que está sendo causado, não importa a causa. Isso é inaceitável", declarou Schvartsman.
Mais tarde, em novo pronunciamento, ele indicou que a tragédia de Brumadinho deve ter mais mortos que a de Mariana. "A parte ambiental deve ser muito menor, e a tragédia humana, terrível", disse.
A barragem estava desativada desde 2015 e continha sobretudo silica separada do minério de ferro na exploração. Segundo o executivo, o potencial de contaminação é muito menor do que o dos rejeitos que vazaram em Mariana.
Schvartsman diz que a auditoria alemã Tüv Süd atestou em 26 de setembro de 2018 "a perfeita estabilidade da barragem". Ele assumiu o cargo em 2017, sob o lema "Mariana nunca mais". (ANSA)
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