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Cacique pede proteção à família e apuração de supostas mortes

Uma fonte dos índios contou que fazendeiros e policiais civis e militares discutiram forma de incriminar falsamente índios e assassiná-los

Cacique pede proteção à família e apuração de supostas mortes
Notícias ao Minuto Brasil

17:09 - 12/02/19 por Notícias Ao Minuto

Brasil Líder

O cacique Babau, de 44 anos, líder indígena dos tupinambás de Olivença (BA), pediu ao Governo da Bahia e ao Ministério Público Federal proteção para sua família. Ele revelou ter recebido informações sobre um suposto plano de assassinatos no sul da Bahia.

Rosivaldo Ferreira da Silva, tratado como cacique Babau, é líder na Terra Indígena Tupinambá, de 47 mil hectares, localizada entre os municípios de Ilhéus, Una e Buerarema, na qual vivem mais de 4.600 indígenas.

De acordo com a Folha de S. Paulo, a terra foi identificada e delimitada pela Funai (Fundação Nacional do Índio) há dez anos. No entanto, o processo de demarcação está parado desde 2016 esperando a etapa seguinte.

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Babau afirma ter conhecimento sobre os assassinatos desde o final de janeiro. Uma fonte dos índios contou que em reuniões em Itabuna (BA) entre fazendeiros e policiais civis e militares foi discutida uma forma de incriminar falsamente índios com o tráfico de drogas e inventar uma troca de tiros para matar três irmãos de Babau e duas sobrinhas.

“O que [a fonte] relatou é que agora é só uma cúpula de fazendeiros, bem pequena, com alguns membros políticos com pessoas ligadas à Polícia Militar e Polícia Civil e foi discutido como fazer para tomar o território tupinambá da mãos dos índios e voltar para a mão deles”, disse Babau em entrevista à Folha.

“Nós somos tupinambás, não temos medo da morte. O que nos revolta é falar que eles vão sujar o nome da gente. A gente vive a vida toda sem fazer nada [errado] e na hora da morte vão dizer que você é traficante? Aí, não. Essa é a nossa revolta principal. É matar a pessoa duas vezes”, disse o cacique.

“Nós somos contra o tráfico de drogas e abrimos a aldeia para a Polícia Federal investigar se tem um só índio envolvido. Não bebemos, se tem dez pessoas que fumam é muito, e é cigarro comum”, disse Babau.

A Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia não se manifestou. A PGR informou que a Câmara especializada na matéria “se comprometeu a cobrar e acompanhar o trabalho de autoridades que possam garantir a segurança de Babau e de sua família”.

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