Professor da USP elogia ditadura e alunos protestam
Eduardo Lobo Botelho Gualazzi reiterou declarações feitas em 2014 em texto distribuído em sala
© Marcos Santos/USP Imagens/Divulgação
Brasil São Paulo
MÔNICA BERGAMO - SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um texto com elogios à ditadura militar no Brasil distribuído em sala de aula pelo professor associado Eduardo Lobo Botelho Gualazzi está gerando protestos na Faculdade de Direito da USP.
Segundo alunos, ele entregou o documento na aula da disciplina "Direito Administrativo Interdisciplinar". O Centro Acadêmico 11 de Agosto divulgou uma nota de repúdio às declarações em sua conta no Facebook.
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Os estudantes relatam que no texto distribuído em sala o professor "denomina pobres de 'eterna minoria do submundo que se recusou a trabalhar e produzir qualquer bem', chama a esquerda de 'minorias sociais de energúmenos' e defende que grupos LGBTs '(...) não são família, mas apenas aberração' e seriam 'tarados e taradas'".
Gualazzi já havia gerado polêmica em março de 2014, quando ministrou a aula "Continência a 1964", na qual fez um discurso pró-ditadura militar. "Mais uma vez, afirmo, reafirmo, e reitero o inteiro teor de minha aula Continência a 1964, de 31 de março de 2014", diz o texto distribuído na segunda-feira (25).
"É inimaginável que um professor tenha isso como linha oficial dentro de sala em pleno 2019", diz Douglas Fernandes, membro da gestão do centro acadêmico.