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14 de 16 viadutos em SP precisam ser interditados, diz Promotoria

Das 16 estruturas viárias analisadas por empresas de engenharia, quase todas tiveram as condições de segurança de uso reprovadas por técnicos da Promotoria

14 de 16 viadutos em SP precisam ser interditados, diz Promotoria
Notícias ao Minuto Brasil

08:33 - 23/03/19 por Folhapress

Brasil Cidade

MARIANA ZYLBERKAN- SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Parecer técnico do Ministério Público apontou que 14 pontes e viadutos na cidade de São Paulo têm risco iminente de queda e, por isso, devem ser interditados pela prefeitura.

A análise foi feita com base em laudos de inspeção estrutural contratados pela administração desde o fim do ano passado e repassados ao MP pela própria prefeitura.

Das 16 estruturas viárias analisadas por empresas de engenharia, quase todas tiveram as condições de segurança de uso reprovadas por técnicos da Promotoria.

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A decisão pela interdição das estruturas viárias, agora, cabe ao juiz Otavio Tioiti Tokuda, da 10ª Vara de Fazenda Pública do Tribunal de Justiça de São Paulo, que deve julgar o pedido de liminar da promotora de Urbanismo Denise Cristina da Silva nos próximos dias.

Entre as anomalias apontadas pelo Caex, órgão técnico do Ministério Público para embasar o pedido de interdição das 14 pontes e viadutos, estão problemas em fundações, comprometimentos de vigas e estruturas metálicas expostas.

A Secretaria de Obras afirmou que não tem conhecimento das análises feitas pela Promotoria e que está trabalhando para garantir a segurança da população.

A pasta também declarou que mantém contato direto com as nove empresas contratadas para fazer a análise de 16 pontes e viadutos, com objetivo de atuar quando for detectado qualquer problema que ponha em risco a população.

Apesar do parecer da Promotoria ter apontado risco de queda em 14 estruturas viárias, as empresas contratadas pela prefeitura para fazer as inspeções recomendaram a interdição total e parcial de duas estruturas -as pontes Presidente Dutra e Freguesia do Ó (ambas na zona norte).

A ponte das Bandeiras (também na zona norte), no entanto, tem buracos grandes no concreto da laje e depressão acentuada do tabuleiro.

Mesmo assim, a empresa Egis Engenharia e Consultoria afirmou que a via não precisa ser interditada.

A interrupção do trânsito também foi descartada na ponte Eusébio Matoso, localizada na zona oeste.

A empresa contratada para fazer a inspeção, a EGT Engenharia, constatou diminuição da resistência em partes da estrutura como resultado da perda dos mecanismos de proteção devido a colisões recorrentes na parte inferior.

A empresa Ieme Brasil inspecionou a ponte Tatuapé (zona leste) e constatou "grandes deslocamentos de alguns aparelhos de apoio", "armaduras expostas", "rompimento de cabos de protensão", entre outras avarias. A necessidade de interdição também foi descartada.

A mesma empresa inspecionou a ponte Cidade Universitária (na zona oeste) e constatou que não precisa ser fechada, apesar de apresentar danos como cabos de protensão rompidos.

Desde o início das inspeções estruturais, a Prefeitura de São Paulo determinou a interdição total de veículos por questões de segurança em uma ponte, a que dá acesso à rodovia Dutra na marginal Tietê, no fim de janeiro.

O fechamento da ponte foi determinado após a Concremat constatar que a viga junto ao primeiro pilar estava rompida. O dano à estrutura poderia causar o rompimento do vão central da ponte, caso houvesse concentração de veículos sobre a ponte.

Situação igualmente alarmante foi relatada pela empresa EGT Engenharia após vistoriar a ponte Freguesia do Ó em 14 de março. Relatório de inspeção detectou avarias como "danos expressivos na estrutura, sinalizando potencial deficiência" no segundo vão da ponte e vigas comprometidas.

Diante dessa informação, a gestão Covas decidiu interditar a pista da direita para diminuir a carga até a conclusão das obras de reparo, o que foi sugerido em laudo técnico.

Uma faixa da ponte da Casa Verde (zona norte) está interditada há um mês desde que a empresa Engeti fez a inspeção e constatou a falta de sete barras na face inferior da estrutura. No mesmo documento, a empresa alerta a prefeitura de que o tráfego deve ser interrompido imediatamente se houver qualquer alteração na estrutura já comprometida.

A ponte Cidade Jardim (zona sul) também foi inspecionada e liberada para o tráfego pela Engeti.

O viaduto General Olímpio da Silveira (centro) tem problemas estruturais na primeira faixa no sentido Jardins que o impedem aguentar veículos com mais de cinco toneladas, segundo análise da empresa Finger & Sommer.

Em relação ao viaduto Grande São Paulo, no Ipiranga, inspeção concluída pela empresa Maurbetec em 13 de março apontou que "as estruturas apresentam-se com deterioração preocupante", de acordo com documento.

A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) elaborou estudo para calcular o impacto da interdição de 14 pontes e viadutos na cidade.

Segundo o documento anexado ao processo, as interdições "produzirão um impacto de dimensões inéditas no sistema viário do município e da região metropolitana".

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Além das previsões de caos no trânsito com as interdições, a CET estimou em R$ 2,4 milhões o custo das operações dos agentes de trânsito nesse cenário. Diante disso, a CET defende interdições parciais, quando apenas uma faixa é fechada ao trânsito.

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