Karol Conká diz não fugir das raízes e que se 'sente sua melhor amiga'
Daqui para frente, a cantora, que chegou a ganhar o documentário "A Vida Após o Tombo" (2021, GloboPlay) após o BBB 21, pretende estar junto a seus fãs
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Fama KAROL-CONKA
MARIANA ARRUDAS
SÃO PAULO (FOLHAPRESS) - Karoline dos Santos Oliveira, a Karol Conká, 34, afirma que vê como uma necessidade abordar vivências e aprendizados em suas músicas. Suas reflexões do cotidiano, que já estavam no single "Dilúvio", voltam para seu segundo lançamento do ano, "Mal Nenhum".
"Fui bem aventureira nesse vídeo", afirma a cantora sobre a produção que chegou ao seu canal do YouTube nesta sexta-feira (25). A música teve produção de Rafa Dias, produtor baiano conhecido também como RDD, e Conká diz que ela será diferente, musicalmente falando, de seu trabalho anterior.
Ela afirma que a divulgação será totalmente focada nas plataformas digitais e que, em parceria com a gravadora Sony, teve apoio para "criar conteúdos que tenha a ver com o meu universo e com o universo do público que me acompanha."
Apesar de estar atualmente focada nas redes sociais para seu trabalho, a rapper relembra que passou um período de dois meses totalmente desligada das mídias. "No meio desse processo de 'detox' percebi o quanto é importante equilibrarmos e focarmos em nossos hábitos."
A cantora afirma que estar longe das redes foi um ponto crucial para prestar atenção na sua saúde mental e conseguir se cuidar. "Apaguei aplicativos do meu celular, só minha equipe ficou com a senha", relembra, "agora que estou de volta às redes, uso com menos frequência também e tenho canalizado minha energia em amadurecer."
O "detox" de Conká veio após a repercussão negativa de sua participação no Big Brother Brasil 21, que lhe rendeu ataques e até ameaças. Esse, no entanto, não é um acontecimento isolado. Outras artistas já sofreram ataques semelhantes, como as cantoras Giulia Be, 21, e Luísa Sonza, 22. Essa última chegou a adiar o lançamento de seu álbum para cuidar da saúde mental.
Conká afirma que as críticas e agressões verbais que recebe em muitos casos servem como desculpa para proferir ofensas e atos racistas. "O racismo sempre está presente", reflete, "e ele aparece escancarado quando um preto comete um erro em público, aí vemos o quanto é importante falar sobre isso e o quanto o racismo usa situações de muleta para tomar corpo."
A rapper afirma ser fundamental debater esses assuntos, para que, ouvindo opiniões diferentes, todos possam encontrar "um caminho para seguir sem guerra". Ela ressalta que desde que percebeu ter voz através de suas canções sentiu a necessidade de abordar temas que contribuíssem com seus fãs e com a sociedade.
Focando suas experiências recentes e essa ideia de discutir assuntos relevantes, a cantora também toca o programa Vem K, em seu canal do IGTV. Nele, ela recebe especialistas para debater sobre saúde mental e explorar temas que foram vivenciados e experienciados por ela.
"Como tudo na vida, eu gosto de transformar em algo", diz. Ela conta que o intuito é esclarecer dúvidas que ela carrega e que seu público também pode ter. "A fala desses profissionais acaba explicando muitas coisas em nós e nos ajuda a entender o próximo, então tem uma importância muito grande."
Para ela, o programa funciona como um abraço. A artista fala que nunca havia feito terapia antes, mas que agradece agora por ter a oportunidade de cuidar dessa parte de si. "Fui descobrindo outras camadas em mim que eu nem tinha olhado, e fazer terapia é um auto-cuidado", reflete. "Me sinto hoje minha melhor amiga."
No primeiro episódio, a artista convidou a psicanalista Maria Homem para explicar como a terapia ainda é um tabu. O segundo, publicado semana passada, chama quatro profissionais para falar sobre a psicanálise tocando nos pontos da psicologia junguiana, fenomenologia e terapia cognitivo-comportamental.
A cantora ressalta que trazer suas descobertas para o público é apenas uma forma de retribuir todo o apoio que eles lhe deram ao longo dos anos. "Quanto mais eu trago o que está na minha vida real, mais próximo eu fico do meu público, do público que me ajuda a estar onde eu estou."
Buscando por sua evolução e se conhecendo cada vez mais, Conká agora também conta que, ao voltar para as redes, descobriu a quantidade de memes que fãs e admiradores fazem com falas e vídeos seus. "Fiquei surpresa de perceber a quantidade de memes que tem com a minha imagem e a minha pessoa", diz ela enquanto ri.
Ela diz que se diverte ao ver os memes e que entende isso como parte do brasileiro. A artista, que se considera admiradora do mundo criativo, ressalta que há momentos em que fica "impressionada com a criatividade das pessoas, eu chego a sentir um orgulho de ver o quanto as pessoas têm criatividade."
A artista diz que está ansiosa para poder voltar aos palcos em segurança. "Desejo que tudo se normalize da melhor forma", conta ela, que promete voltar carregada de "muito amor para cantar para os meus fãs no palco."
Para o futuro, Conká revela que já tem outro single preparado e um álbum que chega ainda neste ano. "Já está no forninho, assando", brinca a artista. Ela afirma que seus fãs estão com as expectativas altas para os próximos passos de sua carreira e, como presente, o novo álbum também será produzido por Rafa Dias.
A rapper conta que conseguiu fazer seu trabalho em poucas semanas, na contramão de projetos anteriores. "Meu público tem me pedido muito que eu venha com um álbum logo e, geralmente, eu demoro para produzir".
Daqui para frente, a cantora, que chegou a ganhar o documentário "A Vida Após o Tombo" (2021, GloboPlay) após o BBB 21, pretende estar junto a seus fãs, sempre trazendo informação e músicas que tragam sua verdade e história, da forma que ela sabe viver: sendo autêntica.