Monark volta atrás em declaração sobre pornografia infantil
O youtuber disse que não sabia se quem consumia pornografia infantil deveria ser preso
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Fama Youtuber
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Bruno Aiub, 31, mais conhecido como Monark, voltou atrás em uma declaração polêmica, dada na semana passada durante um bate-papo em seu podcast, o Monark Talks. Na última quinta-feira (11), ele entrevistava o youtuber Newman LM, quando afirmou que não sabia se quem consumia pornografia infantil deveria ser preso.
"Pedofilia para mim é talvez o pior crime que existe, quem comete esse ato tem que ser preso e castrado quimicamente, na minha opinião", afirmou nas redes sociais, após o trecho em questão causar muita polêmica na internet. "Eu não afirmei nada naquele trecho que está rolando, eu só não tinha pensado a fundo ainda, eu acredito que quem consome esse tipo de coisa tem que ser punido pela lei."
Monark ainda disse estar sofrendo ameaças de morte desde que o vídeo viralizou. "É isso que os canceladores querem, os seres de moralidade superior", reclamou. "Cansado dessa sociedade, onde você vive uma vida normal, faz um monte de coisas boas as pessoas, mas aí fala algo que pode ser distorcido e vira um monstro que merece ser queimado na fogueira."
No poscast, o assunto surgiu ao abordar o caso do também youtuber PC Siqueira, que foi alvo de um inquérito (que tramitou em segredo de Justiça) por supostamente enviar a imagem de uma criança nua em mensagem a um amigo. "Você acha que o PC Siqueira era pedófilo, por exemplo?", perguntou Monark ao convidado. "[Eu tenho] medo de processo, mas assim, eu não duvido, eu não sei", respondeu Newman.
"Duvidar eu não duvido nada de ninguém, para ser sincero, eu tenho dificuldade de confiar em pessoas", comentou Monark. "O que ele [PC Siqueira] falou, pela interpretação, parecia que, tipo, era a primeira vez que ele sentiu alguma coisa que poderia ser considerado isso [pedofilia], até no vazamento. Eu acho que um pensamento, se ele nunca fez algo realmente físico com alguma criança, eu não acho que ele deveria ser considerado um criminoso, pelo menos."
Questionado pelo convidado, ele reforçou a ideia. "Eu não sei se ele é um criminoso", disse. "Eu acho que o crime está em você produzir e divulgar. Mas que é uma parada que você vai falar: 'Puta, esse cara não bate bem das bolas'. Com certeza é... Entendeu?"
"Mas, criminoso eu não sei", repetiu. "Um cara que é pedófilo, por que eu gostaria de prender ele? Se ele estivesse ameaçando outras crianças. Entendeu? Se ele está assistindo uma parada, é uma merda... É bem esquisito, eu não seria amigo dessa pessoa, mas eu não sei se ele deveria ser preso, entendeu? De verdade, assim... Porque o crime de verdade é você expor uma criança. Ou você abusar de uma criança, na minha opinião. Ou não?"
O ECA (Estatuo da Criança e do Adolescente), no artigo 241-B, aponta que é crime "adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente". A pena de pode ir de 1 a 4 anos de reclusão, além de multa.
Monark era um dos apresentadores do Flow Podcast, um dos mais conhecidos do Brasil, até outra polêmica colocá-lo em cheque. No dia 7 de fevereiro, ele recebia os deputados federais Kim Kataguiri (Podemos) e Tabata Amaral (PSB) quando afirmou que "a esquerda radical tem muito mais espaço do que a direita radical". "As duas tinham que ter espaço, na minha opinião. Eu acho que o nazista tinha que ter o partido nazista reconhecido pela lei", afirmou.
No dia seguinte, após a repercussão negativa e perda de patrocinadores, ele foi desligado do Flow. Os Estúdios Flow também divulgaram nota pedindo desculpas, em "especial à comunidade judaica", e informando sobre a retirada do ar do episódio.
Em entrevista ao podcast Cara a Tapa, em junho, ele afirmou que se arrepende de ter pedido desculpas pelo episódio. "Não foi inteligente da minha parte pedir desculpa. Acho que eu devia ter ficado quieto. O problema de quando você pede desculpa é que você valida a narrativa de que você fez o que estavam te imputando, mesmo que não fosse verdade", disse.