Bruno Fagundes diz que tentavam tirá-lo do armário toda semana
"O tempo inteiro era invadido com reportagens que tentavam me tirar do armário toda semana", disse o ator
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Fama Relato
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em cartaz com Reynaldo Gianecchini na peça "A Herança", sobre a crise da Aids em Nova York, Bruno Fagundes relembrou os próprios conflitos com sua sexualidade em entrevista à Folha de S.Paulo.
"O tempo inteiro era invadido com reportagens que tentavam me tirar do armário toda semana. Agentes, empresários e diretores me aconselhavam a esconder a minha sexualidade", diz ele. "Era uma angústia absurda."
Filho de Antônio Fagundes a Mara Carvalho, Bruno contou à família que era gay aos 15 anos. Há dois meses, ele assumiu publicamente o namoro com o ator Igor Fernandez, em quem aparecia dando um beijo na bochecha, numa foto que se espalhou nas redes sociais.
Os dois se conheceram nos bastidores da novela "Cara e Coragem", em que Bruno interpretou o coreógrafo Renan e Igor viveu o bailarino Lucas.
A peça já teve mais de 3.000 ingressos vendidos para sua primeira parte, o equivalente a dez apresentações lotadas. Para a segunda parte, que só será encenada no fim do mês, 950 entradas foram compradas -ou seja, quase mil pessoas, mesmo desconhecendo a história, reafirmaram a curiosidade pelo desenrolar da trama.
Na Broadway, onde estreou em 2019 depois de uma temporada em Londres, o espetáculo causou histeria similar, tendo sido um fenômeno de público e crítica. O jornal britânico The Daily Telegraph disse que "A Herança" é a peça mais importante dos Estados Unidos no século 21. Em 2020, a obra de López havia arrematado quatro prêmios Tony, o mais importante do teatro, incluindo a categoria de melhor drama.
"É um épico gay com um texto lírico, em que a plateia é convocada a interagir com a sucessão de acontecimentos", afirma Fagundes, que assistiu à montagem na Broadway e resolveu trazer a obra ao Brasil com a tradução de De Paula. O ator trata a encenação de cinco horas e meia como um ato político, senão revolucionário, num contexto em que o olhar do público se dispersa nas telas dos celulares.
A HERANÇA
Quando a partir de 9/3. Quin. a sáb. 20h; dom. 18h
Onde Teatro Vivo - av. Doutor Chucri Zaidan, 2460, Morumbi, São Paulo
Preço De R$ 25 a R$ 100
Classificação 18 anos
Autor Matthew López
Elenco Bruno Fagundes, Reynaldo Gianecchini, Marco Antônio Pâmio, Rafael Primot, André Torquato, Felipe Hintze, Davi Tápias, Haroldo Miklos, Cleomácio Inácio, Wallace Mendes, Gabriel Lodi, Rafael Américo, Miriam Mehler
Produção Carlos Martin
Direção Zé Henrique de Paula