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Família de fã da Taylor Swift pode entrar com ação civil e criminal contra Time for Fun

Ana Clara Benevides Machado morreu, aos 23 anos, durante um show da cantora no Rio de Janeiro

Família de fã da Taylor Swift pode entrar com ação civil e criminal contra Time for Fun

Getty Images

Notícias ao Minuto Brasil

21:36 - 27/12/23 por Folhapress

Fama Justiça

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O advogado da família de Ana Clara Benevides Machado, fã de Taylor Swift que morreu, aos 23 anos, durante um show da cantora no Rio de Janeiro, disse à reportagem que a família da jovem pretende entrar com uma ação judicial contra os organizadores do evento, a produtora Time for Fun, ou T4F, para reparação de danos.

Num vídeo enviado à imprensa, João Paulo Sales Delmondes disse que o laudo de necropsia de Benevides confirma que os organizadores teriam falhado e sido omissos em relação às necessidades dos fãs durante o primeiro show de Taylor Swift no Brasil.

Em nota, a empresa Time for Fun, responsável por organizar o evento, lamentou a perda de Benevides e disse que prestou pronto atendimento à jovem quando ela passou mal e que está colaborando com os órgãos públicos.

"O laudo acaba confirmando a falha da organização do evento, sobretudo, a sua omissão com todos os fãs, dificultando o acesso à água e a pontos de hidratação. Isso fez com que a Ana ficasse exposta ao calor extremo e, fatalmente, culminasse com a sua morte", ele diz no vídeo.

"Em razão disso, a família da Ana Clara pretende aguardar a conclusão das investigações no âmbito do inquérito, para verificar qual será o desdobramento com a punição dos responsáveis na esfera criminal e mover as ações judiciais necessárias, objetivando uma reparação de um dano."

O advogado disse à reportagem que, com o laudo, já deve encaminhar a ação na esfera cível em paralelo ao inquérito. "Entendemos que nós estamos com todos os elementos suficientes para ajuizar a ação de reparação de danos, e isso deve acontecer tão logo eu tenha acesso à íntegra do inquérito até a fase em que ele se encontra."

Delmondes, o advogado, disse que já entrou em contato com a delegada responsável pelo caso, Juliana Almeida Alves Domingues, e deve se encontrar em breve com ela para obter acesso às informações do inquérito.

"Se ficar mesmo constatada a responsabilização na esfera criminal, ela pode indiciar, podendo até tipificar o crime como homicídio culposo. Nosso papel vai ser acompanhar o desfecho desse inquérito e verificar se vai existir ou não o indiciamento. Se isso caminhar para uma ação penal, pretendemos nos habilitar como assistentes de acusação, mas esse é um momento futuro."

"Essa dor não tem preço. Nenhuma indenização vai minimizar o sofrimento da família. O objetivo por buscar a justiça é fazer com que essa ação tenha um caráter punitivo, para mostrar que a empresa errou e deve ser responsabilizada pelo dano que cometeu, bem como pedagógico para servir de exemplo para que outras famílias não passem pela mesma dor que a família da Ana Clara vem passando e que os grandes eventos passem a se preocupar mais com o seu público", acrescentou.

Ana Clara Benevides morreu na noite do dia 17 de novembro, durante a primeira apresentação de Taylor Swift no estádio Nilton Santos, o Engenhão. Na ocasião, o Rio de Janeiro enfrentava uma onda de calor extremo, e a temperatura superava os 40ºC. Exposta ao calor difuso, Benevides teve uma parada cardiorrespiratória com um quadro de choque cardiovascular e comprometimento grave dos pulmões, o que provocou a sua morte.

"A T4F seguiu todas as melhores práticas de organização de eventos, incluindo todas as exigências das autoridades, distribuiu milhares de copos de água e permitiu a entrada com copos de água descartáveis sem qualquer limitação de quantidade no dia do show. A empresa reitera, como tem feito desde o ocorrido, que lamenta profundamente a perda de Ana Clara", disse a Time for Fun em nota.

"Ela foi prontamente atendida por socorristas e encaminhada em ambulância UTI, acompanhada por médicos até o hospital para que pudesse receber atendimento. A empresa segue prestando todas as informações solicitadas pelos órgãos públicos e colabora com as autoridades na investigação em curso. Em mais de 40 anos de atuação, a empresa nunca havia registrado um episódio trágico como o ocorrido no Engenhão, decorrente de fator climático."

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