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Conheça Jade Aline, a 'influencer dos pobres' que faz reviews de comida sem deslumbres

"Eu comeria muito", "essa comida está feia demais", "isso eu só consigo fazer no 5º dia útil ou quando receber o 13º", "você ficou maluco" e "a gente não é só pobre, a gente é tapado" são alguns dos bordões de Jade Aline, dona do perfil Jade Comeria, que acumula mais de dois milhões de seguidores no TikTok e um milhão no Instagram.

Conheça Jade Aline, a 'influencer dos pobres' que faz reviews de comida sem deslumbres
Notícias ao Minuto Brasil

17:00 - 10/06/24 por Folhapress

Fama JADE-ALINE

MARIA PAULA GIACOMELLI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Se idas a restaurantes rendem a influenciadores iniciantes um bom jeito de engatar nas redes sociais, com conteúdos de "review", dicas e, muitas vezes, convites para comer de graça em troca de posts elogiosos, um perfil faz diferente. Bem diferente.

"Eu comeria muito", "essa comida está feia demais", "isso eu só consigo fazer no 5º dia útil ou quando receber o 13º", "você ficou maluco" e "a gente não é só pobre, a gente é tapado" são alguns dos bordões de Jade Aline, dona do perfil Jade Comeria, que acumula mais de dois milhões de seguidores no TikTok e um milhão no Instagram.

Nascida em Nova Iguaçu (RJ), ela tem 24 anos e faz reacts de vídeos culinários nas redes, que ainda tem uma cereja no bolo: os comentários de seus seguidores -muitas vezes com a mesma pegada irônica do conteúdo de Jade. "As pessoas se identificam, meus vídeos têm essa abordagem da dificuldade, valor dos alimentos, estranheza com alguns ingredientes", conta, à reportagem.

A produção dos vídeos começou ainda na pandemia, em 2020, influenciada por Casimiro, streamer e jornalista esportivo, um dos pioneiros nos reacts de comida. Na época, Jade trabalhava como vendedora em uma ótica da cidade e assistia com frequência a vídeos de gastronomia. Ela resolveu fazer suas avaliações, à la Casimiro e, ao final da gravação, a novidade: responde se comeria ou não.

Ela garante que não assiste aos vídeos antes de ligar a câmera e que a reação ao conteúdo é espontânea. "Só é possível ser assim, ter esse tipo de conteúdo por viver muitas das coisas que eu falo, de não ter oportunidade de comer alguns pratos ou por não ter os ingredientes em casa".

Jade conta que hoje consegue frequentar lugares antes desconhecidos e experimentar comidas antes inacessíveis -e nem tão bons assim. Experimentou pratos e ingredientes que considera superestimados. É por essas e outras que se considera "uma influencer dos pobres e da classe média".

"Caviar era igual a música de Zeca Pagodinho, 'nunca vi nem comi, eu só ouço falar'. Mas agora eu já sei o gosto. Esperava mais", fala aos risos. "Vieira é outra coisa que rico inventou que era bom. Mas as pessoas se realizaram por meio de mim, que critiquei."

Sobre falar mal de alguns conteúdos, ela é estratégica: escolhe os cozinheiros gringos para não ter nenhum problema. Um dos tipos que ela menos gosta de assistir é ao dos influenciadores que acreditam serem sensuais ao cozinharem sem camisa e manusearem alimentos de maneira que remete ao sexual.

"Tenho vergonha alheia desses conteúdos, é patético. Nem faço muito review porque sinto que estou descendo um nível. Quero produzir meu conteúdo de um jeito que não fique pesado ou indecente."

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