Governo vai fornecer material de higiene para detentos
Depois de denúncias feitas ao longo dos últimos dois anos acusando a falta de roupas, produtos de higiene pessoal e de limpeza no sistema penitenciário paulista, a Defensoria Pública e o governo de São Paulo assinaram acordo no qual a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) terá de distribuir, em oito meses, os itens aos detentos.
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Cultura Penitenciária
Na semana passada, foi firmado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que beneficia cerca de 208 mil presos dos estabelecimentos paulistas.
O acordo se baseia em reportagem do jornal "O Estado de S.Paulo" de agosto de 2011, mostrando como a falta de produtos nas penitenciárias acabava obrigando os detentos a serem sustentados pelas famílias. Parentes contavam que precisavam gastar até R$ 700 para manter um detento, em "jumbos" entregues pessoalmente ou por Sedex.
Em 2012, a Defensoria detalhou os gastos com presos no sistema. Um exemplo era o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Diadema, que tinha 1.156 presos e 576 vagas. Ali, por falta de camas, os detentos precisam dormir em redes. O gasto médio da SAP por preso em Diadema foi de R$ 12,40 ao longo do ano - o que mal dava para comprar uma pasta de dente e um desodorante.
Com o acordo, o Estado deve fornecer aos presos uniforme completo (calça, camisa tipo jaleco, camiseta, bermuda, chinelo, blusa e calçado) e artigos de higiene (como sabonete, creme e escova dentais, aparelho de barbear, papel higiênico e absorvente íntimo para as mulheres).
"Quando for plenamente implementado, o acordo vai reverter um problema crônico que se arrasta há décadas no sistema. O sistema punia o preso e sua família, além de fortalecer as facções, que acabavam garantindo o fornecimento de alimentos aos presos", afirma o defensor público Bruno Shimizu.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.