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Suspenso por causa da Covid-19, Festival de Parintins segue indefinido

O alto risco de contaminação no evento, que além de atrair turistas do mundo todo para a cidade, reúne mais de 17 mil pessoas no Bumbódromo de Parintins durante três noites seguidas, é o motivo da suspensão do festival

Suspenso por causa da Covid-19, Festival de Parintins segue indefinido
Notícias ao Minuto Brasil

11:58 - 24/06/20 por Folhapress

Cultura FESTIVAL-PARINTINS

MANAUS, AM (FOLHAPRESS) - A pandemia de Covid-19 deixou indefinida a realização da maior manifestação cultural do Amazonas: o Festival Folclórico de Parintins.

Tradicionalmente realizada no último final de semana de junho, a festa, que atrai, em média, 60 mil turistas por ano para a pequena ilha de Parintins, na região do Baixo Amazonas, foi suspensa no final de maio e ainda não tem nova data para acontecer, segundo o governo do estado.

O alto risco de contaminação no evento, que além de atrair turistas do mundo todo para a cidade, reúne mais de 17 mil pessoas no Bumbódromo de Parintins durante três noites seguidas, é o motivo da suspensão do festival, que aconteceria neste fim de semana.Sem falar nos cerca de 7.000 artistas dos bumbás Caprichoso e Garantido, que se apresentam na arena, e nas centenas de trabalhadores envolvidos na produção, transporte e segurança de alegorias.

O cancelamento do evento na data tradicional foi anunciado dia 25 de maio, mas desde então o governo do estado não se posicionou mais sobre a realização do festival, que movimentou mais de R$ 476 milhões na economia de Parintins entre 2005 e 2019, atraindo mais de 750 mil turistas para a ilha que, em 2019, gastaram, em média, R$ 147,39 por dia na cidade.

Na semana passada, em uma carta conjunta assinada pela diretoria dos dois bois, Caprichoso e Garantido cobraram a definição, mesmo que provisória, de uma nova data para a festa, para garantir que as agremiações tenham tempo para se preparar.

"Definir uma nova data, dentro do quadro de possibilidade de recrudescimento da pandemia, não significa necessariamente que o festival seja realizado sem as devidas exigências da segurança sanitária. Pelo contrário. É claro que se os riscos da pandemia continuarem, ninguém, em sã consciência, seria irresponsável de insistir na realização do evento e, certamente, nesse sentido, prevalecerá o bom senso de todos", diz o documento, no qual os bumbás citam como exemplo festas de São João do Nordeste, que foram adiadas para outubro.

A Amazonbest, empresa contratada pelos bumbás para comercializar ingressos e pacotes para o festival, também informou que aguarda a definição dos realizadores (Governo do Amazonas, Prefeitura de Parintins, Caprichoso e Garantido), mas que os clientes podem optar entre solicitar crédito para o Festival de Parintins de 2021 ou o reembolso dos valores pagos.

A secretária executiva de Comunicação do Governo do Amazonas, Cristiane Mota, informou que ainda não há uma data definida para a realização do festival e que qualquer decisão vai depender da situação da rede de assistência médica e dos indicadores epidemiológicos, não só de Parintins e do Amazonas, como de diferentes lugares do país e do mundo, de onde vêm os visitantes.

"Não há como prever um mês sem antes a avaliação do que vai acontecer, sem esse tempo de observação epidemiológica. As agremiações e patrocinadores têm conversado com o governo constantemente, mas ainda não há definição de mês para realização e tampouco de cancelamento para este ano. Tudo depende da evolução da pandemia", justificou.

Nesta quarta-feira (24), o Governo do Amazonas divulgou a realização da "Parintins Live", que reunirá os itens oficiais dos bumbás Garantido e Caprichoso em uma apresentação especial no Bumbódromo de Parintins, com transmissão ao vivo na TV aberta.

Segundo a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (SEC), cada agremiação terá duas horas de apresentação e deverá envolver o mínimo possível de pessoas, para evitar aglomerações. A ordem das apresentações (Caprichoso e depois Garantido) foi definida por sorteio realizado na tarde desta quarta (24).

O secretário da SEC, Marcos Apolo Muniz, afirma que a proposta é manter a essência do festival, além de promover uma campanha de doações de cestas básicas e depósitos bancários, que serão direcionados às duas associações folclóricas, para os artistas que estão passando necessidade."Com esta versão, nós potencializamos a cultura local e fortalecemos o movimento, ao mesmo tempo em que nos reajustamos à realidade, conscientes da importância do distanciamento social como prevenção da Covid-19 e seguindo todos os protocolos de segurança", afirma.

Enquanto a realização do Festival de Parintins 2020 não é definida, os bumbás Caprichoso e Garantido também promovem campanhas e "lives" na internet para arrecadar doações de mantimentos e itens de higiene pessoal para as centenas de trabalhadores que, neste ano, podem ficar sem a renda proveniente do festival, além de artistas que foram diagnosticados com Covid-19.

No ápice do movimento na ilha, em junho, os bumbás chegam a contratar mais de 500 trabalhadores temporários. As campanhas também foram destinadas a ajudar a população carente do município, que tem 114 mil habitantes.

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