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'Rogue One' dá certo, mesmo sem sabre de luz e filosofia Jedi

Entre reunir os elementos já manjados ou tentar fazer algo fora da curva, o que se vê é um pouco dos dois. E deu certo!

'Rogue One' dá certo, mesmo sem sabre de luz e filosofia Jedi
Notícias ao Minuto Brasil

17:01 - 13/12/16 por Folhapress

Cultura Star Wars

O medo de encontrar em "Rogue One" um filme caça-níqueis, apenas um jeito de lucrar enquanto todos ainda esperam o oitavo episódio de "Star Wars", desaparece durante a sessão. Entre reunir os elementos já manjados da série ou tentar fazer algo fora da curva, o que se vê é um pouco dos dois. E funciona.

O roteiro trabalha em cima da única ponta desamarrada deixada entre o episódio três ("A Vingança dos Sith", de 2005) e o quatro (o primeiro filme nos cinemas, de 1977): como as forças do Império construíram a Estrela da Morte e como os planos dessa gigantesca arma chegaram até as mãos da Princesa Leia?

Bem, se alguém ler este texto e não entender nada do parágrafo anterior, é melhor nem passar perto do cinema. "Rogue One" não é para iniciantes nesse universo.

Na verdade, ser um conhecedor da saga deixa o novo filme mais divertido. Há um caminhão de referências engraçadas aos outros filmes. Na mais descarada delas, o rebelde Cassian Andor (Diego Luna) é quase uma reencarnação de Han Solo, com direito a ter um copiloto enorme e fiel. Sai o peludão Chewbacca e entra o robozão K2SO.

Andor tem a missão de levar a garota Jyn Erso (Felicity Jones) para achar o pai dela, Galen Erso (Mads Mikkelsen, o dinamarquês da série "Hannibal"), que é o cientista criador da Estrela da Morte, a máquina destruidora de planetas de Darth Vader.

No caminho, um time acaba se formando com eles, incluindo um piloto imperial desertor (menção ao personagem Finn, de "Episódio 7: O Despertar da Força", do ano passado) e um guerreiro cego de feições asiáticas que, na falta de um Jedi no filme, tenta filosofar um pouco. Com informações da Folhapress.

Sim, a pregação da filosofia Jedi é mínima e não há lutas de sabre de luz. Com muitos tiros, "Rogue One" é o mais movimentado filme da franquia, o que mais depende das cenas de batalha. E essas correspondem à expectativa. Nunca uma trama com carimbo "Star Wars" foi tão parecida com um videogame.

HEROÍNAS INGLESAS

Depois de Daisy Ridley virar heroína no episódio sete, outra inglesa encabeça o elenco. Felicity Jones, de "A Teoria de Tudo" e "Inferno", conduz bem o filme. Na verdade, não tem muito mais a cumprir do que fazer cara de brava e detonar tropas imperiais, mas traz charme a uma aventura típica de meninos.

Desperdiçado está Mads Mikkelsen. Mais conhecido como o canibal "Hannibal" da TV, é um ator intenso, capaz de performances memoráveis, como em "A Caça" e "O Amante da Rainha". Mas está em "Star Wars" pela diversão e pelo dinheiro. Ninguém vai conseguir culpá-lo.

Não é Shakespeare, é apenas George Lucas, e a ordem é acompanhar as peripécias dos mocinhos rebeldes. Nesse desenrolar, "Rogue One" tem uma atração a mais: ficar atento à tela na esperança de ver surgir algum dos personagens clássicos da trilogia inicial de "Star Wars".

Na parte técnica, as explosões e voos alucinados dos caças espaciais buscam cada vez mais impacto. Mas nada supera a surpresa de ver Peter Cushing reprisando o papel do vilão Tarkin, que fez no episódio quatro. Morto em 1994, o ator inglês "ressuscita" graças aos chamados milagres da computação gráfica. E põe milagre nisso!

"Rogue One" deve faturar horrores e lançar novos bonequinhos nas lojas. Pelo menos faz isso com uma aventura movimentada e divertida.

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