Revista da Chape conta acidente de forma lúdica para crianças
Repercussão da publicação sobre o acidente tem sido positiva na cidade
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Cultura Brasil
O último informativo do ano da Chapecoense, além de homenagear a delegação do clube vítima do acidente com o avião que seguia para a final da Copa Sul-Americana, em Medellín, teve uma preocupação a mais, contar de forma lúdica sobre a tragédia aos torcedores mirins da Chape, dizendo que os jogadores foram "convocados para uma partida no céu."
Como a revista da Chape era de responsabilidade de dois membros do Marketing e Comunicação do clube, Cleberson e o Giba, que estavam no acidente, a Gerente de MKT, Juliana Sá Zonta pediu a equipe formada por Cissa Soletti, Eduardo Guimarães, Abner Steffen e Alessandra Lara Zuanazzi Seidel, que a publicação de dezembro tirasse o peso da tragédia.
A estagiária do departamento de comunicação Alessandra Lara Zuanazzi Seidel, que ficou responsável por falar sobre o acidente em forma de história para os pequenos torcedores, disse em entrevista exclusiva para a Sputnik que a ideia era dar um novo olhar para a tragédia e assim dar um alento especial para as crianças.
Fazer esse informativo de dezembro mais do que manter o que já estava planejado foi uma forma de homenagear o pessoal que estava no voo, das 71 vítimas, em específico os nossos dois colegas da área de comunicação. Eles faziam o informativo sempre com muito amor e nós quisemos manter essa ideia, mas houve uma preocupação em abordar a história fugindo um pouco da questão mais trágica, do óbvio. Qualquer jornal e revista ia trazer a notícia, fotos e lista de passageiros como informe de obituário e nós queríamos justamente fugir disso. A Juliana, nossa gerente de Marketing sugeriu que nós contássemos a história dessa forma mais lúdica, como se fosse um pai contando uma história para um filho. Apelamos um pouco para a ficção para transformar essa história em Era uma Vez … e tivemos esse resultado."
Alessandra Lara ressaltou que fazer a história também acabou sendo uma forma de amenizar a própria dor pela perda dos amigos.
"Desde o dia que aconteceu a tragédia eu tinha um sentimento dentro de mim muito grande que não sei traduzir, mas era uma responsabilidade. Ao mesmo tempo que tinha dor, tinha essa responsabilidade de dar continuidade ao trabalho e principalmente de honrar o que vinha sendo feito. Eu vou me formar em jornalismo em março, mas eu dizia para todo mundo que de todas as histórias que eu poderia querer contar essa jamais estaria na lista. Foi um desafio escrever essa história dessa perspectiva, mas quando eu consegui escrever, quando eu conclui o texto foi um sentimento de alívio e de missão cumprida, porque eu percebi que realmente consegui honrar o Cleberson e o Giba enfim todas as pessoas que estavam no voo e também de alguma forma oferecer um alento as pessoas que ficaram e principalmente as crianças."
Desde o dia em que o informativo chegou na sede da Chapecoense, a estagiária do departamento de comunicação do clube disse que a repercussão de sua história sobre o acidente tem sido muito positiva para todos na cidade.
Todo mundo se sentiu acalentado como a história foi contada. Não só as crianças, mas os adultos, todo mundo gostou de ver a história a partir dessa perspectiva. Até nós mesmos lendo o texto e imaginando a história dessa forma, por mais que saibamos que não é exatamente assim, nos sentimentos mais leve, mais confortável de alguma forma. Nós atingimos mesmo o que queríamos, que era oferecer esse alento, esse conforto e principalmente lembrar e eternizar quem se foi. Além de contar a história de forma mais lúdica, no texto também tomamos cuidados de destacar características e qualidades de cada um."
Além de falar sobre o acidente de uma forma mais leve, a história de Alessandra Lara Zuanazzi Seidel também responde para as crianças como fica o futuro da Chape. "Falamos que Deus levou os melhores, mas também fazemos questão de ressaltar que os melhores também continuam, que além dos sobreviventes tem outras pessoas que irão chegar e vão dar continuidade a Chapecoense.
Além da tragédia a maior preocupação num primeiro momento era o que seria da Chapecoense depois do acidente, nós conseguimos de alguma forma esclarecer isso e garantir que sim, que vai continuar a partir das novas pessoas que vão chegar e das pessoas que sobreviveram desse voo."
Para o informativo de Janeiro de 2017, Alessandra ressalta que provavelmente a equipe de Marketing da Chape vai trazer as perspectivas para o próximo ano do clube. "Ainda não paramos para pensar mas provavelmente a pauta vai ser a partir da perspectiva da reconstrução do time, mas agora é tempo de bater a poeira e seguir em frente. Provavelmente vai falar da reconstrução e apresentar os novos jogadores." Com informações da Sputnik News Brasil.
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