Novo disco de Yuka rebate Trump, Bolsonaro e ‘cercas’ da Europa
Investida solo do ex-baterista da banda O Rappa recebeu o título de "Canções para depois do ódio"
© Reprodução / Facebook
Cultura Música
Marcelo Yuka, ex-baterista e principal responsável por grandes sucessos d’O Rappa, lançou na última sexta-feira (6) um novo disco, o seu primeiro trabalho solo. Intitulado de “Canções para depois do ódio”, o álbum defende a ideia de um mundo melhor em tempos de Trump e Bolsonaro.
Em entrevista ao G1, o músico e escritor carioca, que deixou o grupo O Rappa em 2001, contou que o seu novo trabalho nasceu de um desejo de “confortar em tempos difíceis”. "Meu sonho é fazer canções que possam ser amigas, às quais você possa se reportar num momento em que precisa de conforto. Quero fazer esse serviço", contou ele, que ficou paraplégico após ser baleado em um assalto no ano 2000.
“Canções para depois do ódio” conta com 16 faixas autorais e traz batidas eletrônicas com ritmos afro. A obra ainda tem a voz de cantores como Céu e Seu Jorge. Perguntado pelo G1 sobre a que tipo de ódio ele se referia quando batizou o disco, Yuka foi direto.
“Donald Trump. Jair Bolsonaro, todas as cercas da Europa... estamos vivendo um momento de ódio muito forte, e eu tenho que pensar num ponto além disso. Não é utópico. Mas, se for, tenho direito de ser. Eu sou poeta, sou artista, tenho direito de levar a utopia para a sociedade. Principalmente agora, num momento como esse, em que parece que a gente perdeu qualquer traço ideológico. A minha maior ideologia é o amor, estou convicto disso, de que o afeto é um ato político. Estou me educando com os garotos que ocuparam escolas, sabe? Estou me educando com isso”, afirmou o músico.
Marcelo Yuka começará a fazer os shows do novo trabalho em fevereiro. “Estou animado para os shows. Esse disco comunica bem, estou felizão em estar defendendo ele”, finaliza.