Kobra nega coordenação de projeto em SP: "Grafite é uma arte livre"
"Não compartilho de atitude repressiva e jamais me colocaria numa posição contrária a outro artista", declarou o artista
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Recentemente, o prefeito de São Paulo João Doria declarou que Eduardo Kobra, de 41 anos, seria o coordenador de um braço do programa Cidade Linda, cujo objetivo é combater a pichação dos muros da cidade. No projeto, o artista ficaria responsável pelo controle da arte urbana. Kobra, no entanto, negou veementemente que ocuparia o cargo.
"Nem sabia o que era o projeto", declara Kobra. "Acho que ele se entusiasmou. Até liguei para ele depois para explicar que não posso ser coordenador nem fazer curadoria nenhuma", completa.
Em seguida, afirmou que jamais aceitaria um cargo. "Principalmente contra pichadores. Não compartilho de atitude repressiva e jamais me colocaria numa posição contrária a outro artista", declara.
Segundo a coluna da Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, o artista declarou que a rua não tem curadoria. "Grafite é uma arte que é livre, ela continua sendo livre, não dá pra controlar. Está no DNA da cidade de SP, que é conhecida por ter a maior diversidade de estilos na arte urbana. Já tem turistas que vêm para cá só para conhecer a arte de rua.", conta.
Durante a entrevista, Kobra - que já foi preso mais de dez vezes pela atividade - reforça o orgulho que tem da sua história e da sua arte. "Grafite, por definição, é arte livre, sem permissão. O que eu faço não é grafite, porque é autorizado", diz. "Mas nunca deixei colocarem restrições ao meu trabalho. Quando a pessoa autoriza, tem que dar liberdade", completa.
Atualmente, é possível encontrar dezenas de murais coloridos do artista brasileiro, espalhados por cidades como São Paulo, Paris, Londres e Berlim. Hoje, suas telas chegam a valer até 40 mil euros.
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