Cineasta iraniano diz que não irá ao Oscar mesmo com permissão
Diretor do longa-metragem 'O Apartamento' não poderá participar da cerimônia por causa do decreto assinado por Trump
© Fred Prouser / Reuters
Cultura EUA
O diretor iraniano Asghar Farhadi, indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro pelo longa 'O Apartamento', disse ter desistido de participar da cerimônia de premiação mesmo se receber autorização para entrar nos Estados Unidos. A declaração vem após o anúncio do banimento da entrada de muçulmanos e refugiados no país, em decreto assinado pelo presidente Donald Trump.
"Lamento anunciar que decidi não participar da cerimônia da Academia ao lado dos meus colegas da comunidade cinematográfica", afirmou Farhadi ao jornal 'The New York Times'. "A possibilidade de eu comparecer é acompanhada de 'se' e 'mas', algo que eu não aceitarei, mesmo se exceções forem dadas à minha viagem", disse.
O boicote foi apoiado pela atriz que interpreta a protagonista no filme de Farhadi, Taraneh Alidoosti. "O banimento iraniano de Trump é racista. Estando meu filme dentro ou fora da premiação, não vou comparecer ao Oscar 2017", escreveu ela no Twitter, na última quinta-feira.
Por meio de nota, a Academia classificou o ato de Trump como "extremamente problemático".
"A Academia celebra feitos na arte do audiovisual, que procura transcender barreiras e se comunicar com espectadores ao redor do mundo, independentemente de diferenças étnicas ou religiosas. Como defensores dos cineastas e dos direitos humanos em geral, consideramos extremamente problemático que Asghar Farhadi (...) possa ser barrado", afirmou o comunicado da instituição.
Asghar Farhadi recebeu um estatueta pelo filme 'A Separação' (2011). O veto de Trump atinge pessoas provenientes do Irã, Iraque, Líbia, Somália, Síria, Sudão e Iêmen.