Peça 'Os Sete Gatinhos', de Nelson Rodrigues, completa 60 anos
Espetáculo será encenado entre setembro e outubro na Caixa Cultural do Rio
© Dalton Valério / Divulgação
Cultura Teatro
Uma das obras de maior sucesso e reconhecimento da crítica na carreira do dramaturgo Nelson Rodrigues (1912-1980), 'Os Sete Gatinhos' completa 60 anos em 2017. Para celebrar a data, a Cia Teatro Esplendor, fundada e dirigida por Bruce Gomlevsky, encena seu primeiro texto nacional, trazendo no elenco nomes como Tonico Pereira, Alice Borges, Lourival Prudêncio, Karen Coelho, Louise Marrie, Luiza Maldonado, Patricia Callai, Ingrid Gaigher, Gustavo Damasceno, Jaime Lebovitch, Luiz Furlanetto e Thiago Guerrant. O espetáculo será apresentado entre 14 de setembro a 29 de outubro na Caixa Cultural do Rio de Janeiro, no espaço que leva o nome do autor.
A peça conta a história de Silene (Louise Marrie), que tem 16 anos e é a caçula das cinco filhas de Seu Noronha (Tonico Pereira) e D. Aracy (Alice Borges). Ela vive com as irmãs Aurora (Karen Coelho), Hilda (Ingrid Gaigher), Arlete (Luiza Maldonado) e Débora (Patricia Callai) em uma casa no Grajaú. De todas as filhas, Silene é a mais mimada e, por ser a única pura, tem o direito a uma boa educação em um colégio interno. Só que a situação muda radicalmente, quando a garota é acusada, no colégio, de matar a pauladas uma gata grávida. É quando se descobre que, para pagar a educação de Silene, as irmãs se prostituem.
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Nelson Rodrigues, com seu olhar jornalístico, fez uma transposição da tragédia grega para a sociedade do Rio de Janeiro da primeira metade do Século XX, dando origem à chamada tragédia carioca. Sob uma ótica contemporânea, seu estilo seguia os fundamentos da tragédia grega, mas temperados por modernidade e erotismo, o que garantiu ao autor um lugar ímpar entre os mais importantes dramaturgos brasileiros.
Em 'Os Sete Gatinhos', as bases da tragicomédia de Nelson estão na relação virgindade/prostituição: a família apodrece dentro da ordem capitalista, prostituindo-se cada vez mais para conseguir dinheiro, ao mesmo tempo em que é devorada pela nostalgia da pureza, do tempo em que as quatro filhas prostitutas eram virgens.
Tal decadência é evidenciada pela cenografia de Fernando Mello da Costa, que traz elementos realistas, algum mobiliário e variados amontoados para compor os cômodos expostos da casa de dois andares formada por praticáveis.
As sessões do espetáculo ocorrem na quinta-feira e na sexta-feira às 20h, sábado às 19h e domingo às 18h. As informações são do site da Caixa Cultural.