Marcelo Nova não tem paciência para biografias. Por isso mesmo, "O Galope do Tempo", livro que lança com do jornalista André Barcinski não é sobre o tempo em que usou heroína em Nova York nem sobre a infância nem sobre o pais. É sobre música. O cantor e compositor baiano que fundou e cantou à frente da Camisa de Vênus disse que prefere ser lembrado pelas 200 músicas que tem.

"Essa coisa de ter uma overdose no banheiro... Qualquer imbecil pode ter uma overdose no banheiro. Eu não fui abusado na infância, meu pai nunca espancou minha mãe", revelou o músico em entrevista ao G1. Foram histórias assim que o afastaram de outras biografias e fizeram que ele decidisse, junto com Barcinski, lançar "O Galope do Tempo" em formato de entrevistas. O livro é ilustrado por fotografias e foi organizados em ordem cronológica.

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O livro, aliás, surgiu da insistência de Barcinski. "Há uns quatro anos, eu fui ao programa do Zé do Caixão, que era dirigido por ele. Fui conversar com Zé e aí voltamos a falar do livro, e aí ele falou: 'Vou te ligar para nós começarmos a conversar. Já tem mais de 5 anos que isso está adiado'. E assim foi", contou o artista na entrevista.

Nas 264 páginas, estão as memórias dos 66 anos de vida do baiano - que fala sobre música, carreira, família, cinema, Brasil, carnaval, drogas, tatuagens, Bob Dylan, Raul Seixas, entre outros temas. O nome foi inspirado no disco homônimo. "O que é interessante, porque não é meu disco mais popular, mas é o que tem fãs ardorosos, que o colocam num patamar muito elevado no rock brasileiro", comenta Nova. "Quem me conhece profissionalmente, sabe que nunca saí trotando. Sempre galopei e continuo agarrado na crina do bicho e enfiando-lhe a espora. Eu não tenho outra opção. Eu gosto do galope. Eu me sinto bem (risos)", completa.