Antônio Carlos Belchior, ou simplesmente Belchior, completaria 71 anos nesta quinta-feira (26). Se não tivesse partido em 30 de abril deste ano, vítima de um infarto enquanto dormia na casa de um amigo que o hospedava secretamente, provavelmente pouco se saberia da vida atual de um dos mais importantes artistas da música brasileira.

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É que o cantor e compositor cearense, que morreu no Rio Grande do Sul ao som de música clássica, trocou oportunidades de retorno triunfal aos palcos e programas do Brasil por seguir firme com o seu auto-exílio. Ele começou a "desaparecer" no mundo em 2007, quando abandonou seus bens (carros, quadros, escritório), cortou contato com diversos amigos e familiares e saiu do Brasil com a sua companheira.

O rapaz latino-americano sem dinheiro no banco, sem parentes importantes e vindo do interior teve a mão de Elis Regina na estrada da fama. O que pouca gente sabe é que na época em que Elis procurava “gravar música de gente nova” e convidou Belchior até a sua casa, ele respondeu que não poderia, pois não tinha dinheiro para nada.

A intérprete então mandou um motorista buscar o estreante e o convidou para jantar em sua casa. Eis que naquela noite Elis conheceu o álbum “Alucinação”, do qual gravou “Como nossos pais” e “Velha roupa colorida”.  Este ficou marcado como o álbum mais famoso do cantor, considerado ainda um dos mais revolucionários da Música Popular Brasileira.