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CPI dos Maus-Tratos é um "circo midiático", diz curador do Queermuseu

Gaudêncio Fidelis criticou pedido de condução coercitiva feito pelo presidente do colegiado

CPI dos Maus-Tratos é um "circo midiático", diz curador do Queermuseu
Notícias ao Minuto Brasil

21:36 - 09/11/17 por Notícias Ao Minuto

Cultura Crítica

O curador da exposição 'Queermuseu', Gaudêncio Fidelis, fez críticas à Comissão Parlamentar de Investigação (CPI) dos Maus-Tratos, que aprovou na quarta (8) um pedido para que sejam encaminhados para depor, em condução coercitiva, ele e o artista Wagner Schwartz.

“Esta CPI é um verdadeiro circo midiático. Tudo migrou para dentro desta comissão. Na verdade, o objetivo inicial desta CPI era a investigação de maus tratos às crianças e adolescentes e, quando a Queermuseu foi interditada, o senador Magno Malta começou a fazer uma série de convocações. Ele convocou uma professora que mostrou o catálogo da exposição Queermuseu em sala de aula para os alunos, e ainda acusou de pedofilia. Também convocou a mim e várias outras pessoas”, afirmou Gaudêncio à agência Estadão Conteúdo.

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Para o curador, o senador Magno Malta, presidente do colegiado e autor dos pedidos, tenta criminalizar a arte. “Na verdade, não vejo esta intimação direcionada a mim, mas sim ao que eu represento, como curador da exposição e membro da comunidade artística. É cada vez mais evidente que o senador utiliza este tipo de explicativa para criar um circo midiático, com fins evidentemente eleitorais, e com algumas intenções obscuras que nós sequer sabemos quais são”, disse ele.

Uma performance feita por Schwartz no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) foi alvo de críticas no último mês. Nu, o artista é tocada no mão e na perna por uma criança acompanhada pela mãe.

A CPI dos Maus-tratos inclui também a senadora Simone Tebet (PMDB-MS) como vice-presidente, José Medeiros (PODE-MT) como relator, e os senadores Marta Suplicy (PMDB-SP), Paulo Rocha (PT-PA), Eduardo Amorim (PSDB-SE) e Lídice da Mata (PSB-BA) como membros titulares. A finalidade do colegiado é “investigar as irregularidades e os crimes relacionados aos maus-tratos em crianças e adolescentes no país”.

Em ambos os casos, o Ministério Público não entendeu que foram praticados crimes por parte dos museus ou dos artistas.

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