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Brasileiro perde prêmio internacional por suspeita de falsificar foto

Suspeita que a fotografia retratava um tamanduá empalhado fez Marcio Cabral perder o prêmio. Fotógrafo rebate acusações

Brasileiro perde prêmio internacional por suspeita de falsificar foto
Notícias ao Minuto Brasil

18:47 - 27/04/18 por Notícias Ao Minuto

Cultura Reino Unido

O fotógrafo brasileiro Marcio Cabral, premiado na categoria "Animais em seu habitat" no concurso britânico Wildlife Photographer of the Year (WPY 2017), foi desclassificado da premiação. A decisão partiu do Museu de História Natural de Londres, do Reino Unido, organizador do concurso, que nesta sexta-feira (27) acusou o fotógrafo de adulterar a imagem premiada com um tamanduá empalhado. A fotografia alvo da polêmica, batizada de "The Night Raider" (O ladrão da noite), mostrava o animal rodeado por um conjunto de vagalumes, no Parque Nacional das Emas, em Goiás.

A organização do prêmio informou que após “cuidadosa investigação” foi constatada a violação de regras. A análise teria concluído que o tamanduá em questão apresentava morfologia, postura e pele semelhantes ao de um animal empalhado. No Facebook, o Museu de História Natural de Londres explicou que terceiros desconfiaram da autenticidade da foto, razão pela qual foram acionados especialistas – em mamíferos, tamanduás e empalhamentos – para analisar a obra.

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"A integridade da competição, e da indústria de fotografia da vida selvagem, é de máxima importância, e nós achamos desencantador e surpreendente que um fotógrafo se esforce tanto para enganar a concorrência e seus seguidores. Essa violação das regras é desrespeitosa para a comunidade de fotografia da vida selvagem, que está no centro dessa competição", diz a nota, reproduzida pelo jornal O Globo.

Conforme relata a publicação, a denúncia afirmava que o animal empalhado ficava em um rol de visitantes do parque onde a fotografia foi tirada. Após ser questionado, o fotógrafo teria contribuído com a apuração. Ele explicou que no momento do clique a sala referida na denúncia estava fechada e que os responsáveis pela segurança jamais lhe dariam permissão para ter acesso ao animal empalhado.

O fotógrafo ainda negou ter falsificado a cena para vencer o concurso, afirmando que testemunhas podem confirmar a veracidade do registro. Cabral, que atualmente se encontra na Nova Zelândia, revelou à publicação que pretende voltar ao parque goiano em julho para gravar um vídeo no local. A ideia seria “demonstrar que isso (a acusação da fraude) não é verdade”, explicou. Ele ainda teria enviado links de vídeos do local onde se encontra para comprovar comportamentos similares ao do tamanduá fotografado.

"Seria muito improvável que ninguém veria um animal de pelúcia ser transportado e colocado cuidadosamente nesta posição", comentou o fotógrafo à "BBC", em alusão às pessoas que circulavam pelo parque no período do trabalho. Cabral contou ter fornecido imagens do “antes e depois” da cena, explicando que o animal, descrito como "um bônus surpresa" não aparecia em todas as fotos, pelo fato de se tratarem de clique demorados, com cerca de 30 segundos de tempo de exposição. O animal teria sumido na escuridão do parque depois do registro.

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